Sem categoria

Argentina recoloca o petróleo sob controle do país

Capitais nacionais passarão a controlar mais de 60% da produção de petróleo na Argentina este ano, depois de concretizada a venda de 25% das ações da maior petroleira do país, a Repsol YPF, para o empresário Enrique Eskenazi. Hoje estão com empresários lo

O controle argentino sobre a YPF poderá ser ainda maior já que sete províncias (estados), que concentram as reservas de petróleo e gás do país, estão negociando a compra de outros 10% do capital da subsidiária diretamente com a Repsol na Espanha (veja quadro).



A “argentinização” dos recursos energéticos foi um projeto ao qual Kirchner dedicou especial atenção em seu governo (de maio de 2003 a dezembro de 2007). No caso do petróleo e gás, seria uma resposta à queda da produção interna, dominada por estrangeiros desde os anos 90, quando a YPF foi privatizada pelo ex-presidente Carlos Menen (1989-99) e vendida aos espanhóis. Um ano antes de Kirchner chegar à Casa Rosada, a terceira maior empresa, Perez Companc, havia sido vendida à Petrobras.



De 1998, quando atingiu seu recorde de 49,2 milhões de metros cúbicos por dia (m3/dia), a produção de petróleo na Argentina vem caindo sistematicamente até os 38,2 milhões de m3/dia em 2006. Pelos últimos dados disponíveis, até agosto de 2007, a produção caiu mais 2,1%. O país vive hoje uma crônica falta de combustíveis, que tem afetado desde os proprietários de carros de passeio até setores inteiros como o agronegócio.



A venda de ações da YPF para um sócio local passou pelo crivo do governo argentino, como confirmou em janeiro o embaixador da Espanha em Buenos Aires, Rafael Estrella, ao jornal “Perfil”.



Estímulo ao capital nacional


 


Os Kirchner (Néstor e agora sua mulher, Cristina, que assumiu a Presidência em dezembro) têm estimulado um grupo de empresários locais com quem têm mais afinidade a investir no setor energético. O “estímulo” incluiu a proibição, no ano passado, da venda de 50% do capital da Transener, maior empresa de transmissão de eletricidade do país, ao fundo de investimento americano Eton Park.



A Petrobras, que controlava a Transener foi obrigada a desfazer a transação com os americanos, porque a Secretaria de Energia e a Comissão de Defesa da Concorrência vetaram o negócio. As ações acabaram vendidas a um empresário argentino, Gerardo Ferreyra, que se juntou a outro grupo local, o Dolphin, do empresário Marcelo Mindlin, que já dividia a propriedade da empresa com a Petrobras.



Fonte: Valor Econômico