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Egito culpa Israel por crise humanitária em Gaza

O ministro de Relações Exteriores do Egito, Ahmed Abul Gheit, culpou nesta sexta-feira (8) Israel pela crise humanitária na Faixa de Gaza e pela situação tensa vivida semanas atrás na passagem de Rafah.

Abu Gheit repudiou o castigo coletivo imposto por Tel Aviv aos palestinos, como represália pelos foguetes caseiros lançados a partir de Gaza e qualificou de “caricatura irrisória” os enfrentamentos entre as forças de segurança israelenses e o movimento islâmico Hamas.



Desde o começo da segunda Intifada palestina, em setembro de 200, mais de cinco mil palestinos morreram e 70.350 casas foram destruídas por ataques do exército israelense contra os territórios ocupados, enquanto os mortos israelenses em conseqüência do lançamento de foguetes a partir de Gaza não chegam a uma dezena.



Por outro lado, Abul Gheit anunciou que o governo egípcio tomará medidas drásticas contra as pessoas que cruzarem ilegalmente a passagem de Rafah, esclarecendo que não serão toleradas violações nessa área.



Em 23 de janeiro passado o muro fronteiriço que separa a Faixa de Gazo do Egito foi dinamitado, permitindo que os habitantes dessa área pudessem se abastecer com produtos de primeira necessidade, que são bloqueados há meses por Israel.



Há mais de um ano Tel Aviv impôs um bloqueio feroz contra a depauperada Faixa de Gaza. A medida foi ampliada no mês de janeiro, com o fechamento total das fronteiras e o corte de envio de combustível e energia elétrica, o que levou a crise humanitária ao ápice.



O enviado especial da União Européia ao Oriente Médio, Marc Otte, declarou esta semana que a política de Israel contra Gaza “falhou” e, se continuar assim, servirá para converter a Palestina “em outra Somália”.



“O bloqueio e as sanções contra a população de Gaza só serviram para consolidar o Movimento de Resistência Islâmica, Hamas, e debilitar o governo da Autoridade Nacional Palestina”, afirmou o funcionário.



“As medidas coercitivas contra a população não provocaram que o Hamas fosse atirado ao mar, nem fosse danificado, só complicaram as relações entre Israel e Egito e criaram uma tensão desnecessária, disse Otte.