Eleições 2008: oposição e mídia continuarão com ofensiva
A oposição e a mídia partidarizada de direita devem insistir numa agenda negativa para o país em 2008. Essa é a avaliação do líder do PCdoB no Senado, Inácio Arruda (CE). Segundo o senador, o grande avanço da esquerda no país, seja em estados ou em municí
Publicado 08/02/2008 15:59
Neste ano de 2008, ano de eleições municipais, a direita intensificou sua ofensiva para barrar esse crescimento, e consequentemente, o desenvolvimento do país. “As bancadas dos democratas e dos tucanos vão agir para criar, muitas vezes de forma artificial, enormes obstáculos para uma ação de governo proativa em defesa do Brasil”.
O senador lembra que, nos dois mandatos do presidente Lula, a direita e a mídia conservadora comportaram-se de forma golpista, desvirtuando os grandes debates. Com a posição do governo no segundo mandato, de assumir mais responsabilidades com as questões que são do interesse em todos os setores, essa ofensiva se agravou. “A oposição bastante reacionária, no seu papel conservador, quase que repetindo as posições daquela direita mais atrasada que nós vimos no país no período de 50, 60, até o golpe militar, está tentando de toda sorte criar condições para desestabilizar o governo”.
Para o comunista, conseguir dar uma noção de política de estado a uma série de programas no campo social foi um dos maiores avanços do segundo mandato do Governo Lula. Todos esses programas, segundo Inácio, culminaram com o anúncio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). “Com investimentos significativos em áreas importantes. Isso dá uma certa pujança ao desenvolvimento econômico brasileiro, que mesmo com essa crise que estamos assistindo no Estados Unidos, você tem o estado brasileiro em condições de dar uma avançada maior, crescer mais. Esse é o fato mais significativo”.
O resultado disso, segundo o parlamentar cearense, é que “tanto a mídia mais conservadora e a oposição, vinculadas diretamente, tem se batido em encontrar os meios de como deixa-lo (PAC) fora do debate, ou só faze-lo quando for para destratar o projeto, o PAC. Passando a investir em outras questões que possam criar uma espécie de divisionismo frente à população”.
Esse tipo de posicionamento, na opinião do senador, prejudica a população. “A direita brasileira sempre trabalhou com a idéia que o desenvolvimento deve servir a concentração da riqueza e nunca a distribuição, nunca a um crescimento com desenvolvimento”.
Inácio lamenta que a direita continue agindo assim. O senador faz um alerta: “Eles vão avançar nisso, principalmente o pessoal do PFL, hoje democratas, que colocam como centro o problema da questão da ética, da moral, os gastos do governo com os ministros, daqui a pouco o gasto do Congresso Nacional”.
O senador acha que todas essas questões devem ser tratadas, mas nem todas são questões centrais. “A questão central é que você tem o PAC, que tem repercussão nos estados e nos municípios. Cada estado pode enumerar 10 obras de impacto no seu estado que estão sendo feitas com recursos transferidos da União. Às vezes com 100% desses recursos e outras com uma contrapartida do estado que nunca chegam a montantes superiores a 30%”.
Irresponsabilidade x responsabilidade
Entre as diversas investidas da direita contra o governo no ano de 2007, a não aprovação da CPMF está entre as mais irresponsáveis, avalia Inácio. “O gasto de 40 bilhões na área de saúde é considerado uma gastança por essa elite que não precisa do setor público para ter atendimento de saúde”.
Inácio lembra que “quem usa a saúde pública é a população mais pobre, os que não têm renda nenhuma ou que têm salários baixos. É a população que é atendida pelo SUS, pelos hospitais públicos, que precisam do acesso ao medicamento, às vacinas. E tudo isso é feito com recursos do tesouro nacional que é destinado para todos os estados. Todos estados foram absolutamente, de forma criminosa, prejudicados pela ação, especialmente, da oposição”.
Inácio afirma que o PCdoB sente-se bastante tranqüilo para falar sobre o tema CPMF. O senador lembra que o seu partido, no governo do tucano, Fernando Henrique Cardoso, votou a favor duas vezes, tanto na aprovação como na prorrogação, da CPMF. “Nós não tínhamos nenhum compromisso com o governo FHC, mas tínhamos compromisso com a população brasileira”.
“No caso da oposição atual, eles não têm compromisso nem com o Governo Lula, e nem com o povo brasileiro”. O comunista explica que “a direita quer apenas uma política restrita aos interesses da grande elite econômica brasileira. Ela não consegue enxergar que as possibilidades de crescimento, de desenvolvimento do país, elas são muito melhores quando você dá uma oportunidade maior ao povo brasileiro”.
Eleições 2008
A ofensiva continuará, alerta Inácio, “principalmente porque é um ano político”. Ele percebe que “há uma batalha de fundo. Os partidos da base do governo, principalmente o PCdoB, que pela primeira vez vai participar com um grande número de candidatos, lançarão candidatos em quase todos os municípios do país”.
“O esforço que temos que promover é avançar nos espaços que sempre foram dominados pela direita brasileira e isso vai ensejar um embate muito grande”, conclama Inácio.
De Brasília
Alberto Marques