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Petróleo: megacampo de Tupi pode ser maior do que o previsto

A produção de petróleo do megacampo de Tupi, na bacia de Santos, pode ser muito maior do que a anunciada. Sócia da Petrobras no projeto, a britânica BG informou nesta quinta-feira (7), em nota, que as reservas de petróleo e gás do campo, localizado na bac

Antes, a BG estimava as reservas entre 1,7 bilhão e 10 bilhões. A nova estimativa da BG, que tem 25% do campo, supera as projeções iniciais da Petrobras, que apontavam para um reservatório de 5 bilhões a 8 bilhões de barris. As previsões da petroleira britânica foram confirmadas pela portuguesa Galp, também sócia do empreendimento, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários de Portugal. A Galp tem uma participação de 10% no projeto.



Ao todo, as reservas da Petrobras no Brasil chegam a 13,9 bilhões de barris. Ou seja, se a estimativa de BG e Galp estiver correta, Tupi tem potencial para até dobrar o volume de óleo e gás que poderá ser extraído do subsolo brasileiro.



A estatal brasileira é responsável pela operação do campo. Ou seja, fica a cargo da companhia desenvolver todos os projetos de perfuração de poços e de sistemas de produção (plataformas).



A discrepância das estimativas da Petrobras e de suas sócias pode ser explicada por uma diferença de critério adotado. A estatal divulgou o volume de óleo recuperável, ou seja, possível de ser extraído do subsolo. Já as companhias européias anunciaram o volume total que existe sob o mar, que, em geral, não pode ser totalmente extraído.



Área do megacampo



Maior descoberta da história da estatal, o campo está localizado na chamada camada pré-sal, nova e promissora fronteira exploratória do subsolo marinho brasileiro. A área se estende ao longo dos litorais dos Estados de Santa Catarina ao Espírito Santo (bacias de Santos, Campos e Espíritos Santo). Fica abaixo de uma espessa camada de sal – sobre ela se concentrava até agora a exploração de petróleo no Brasil.



Quando anunciou o tamanho estimado da descoberta de Tupi, em novembro do ano passado, a Petrobras informou que a descoberta colocava ''o Brasil como uma das mais importantes áreas petrolíferas do mundo''. A estatal foi a única empresa do mundo a perfurar rochas na camada pré-sal.



Para estimar a reserva de até 8 bilhões de barris de Tupi, a estatal perfurou e testou oito poços, analisando a qualidade e a quantidade do óleo (leve, de 28 graus).



Com o objetivo de dimensionar a descoberta, a estatal programou para o segundo semestre deste ano um teste de produção de longa duração, com uma pequena plataforma alugada provisoriamente e capaz de extrair até 40 mil barris/dia.



Recorde



No último domingo (3), a Petrobras informou, em nota, que a empresa bateu um novo recorde na produção de energia elétrica, ao gerar para o Sistema Interligado Nacional (SIN) um total de 4.040 megawatts a partir de suas usinas movidas a gás natural, óleo diesel e óleo combustível. O recorde anterior, registrado em 4 de novembro de 2007, era de 2,9 mil megawatts.



Ainda segundo a nota da Petrobras, o novo recorde foi obtido graças entrada em operação do gasoduto Cabiúnas-Vitória, que liga o estado do Rio de Janeiro aos campos produtores de gás natural localizados no Espírito Santo. E ainda redução da demanda de gás natural, por parte das indústrias, em decorrência do período de carnaval.



A estatal destacou ainda como contribuição para a maior produção o ''melhor aproveitamento do potencial de geração, com o uso de unidades mais eficientes, aliada diminuição do consumo interno da companhia.



11ª do mundo



A confirmação das reservas do campo de Tupi foi um dos fatores que levaram a Petrobras a se tornar a 11ª maior empresa do mundo em valor de mercado no ano passado, a US$ 8 bilhões de estar entre as dez maiores.



A companhia brasileira terminou 2007 valendo US$ 241,67 bilhões em Bolsa, um aumento de 124,1% na comparação com 2006, quando era a 50ª maior, segundo estudo da Ernst & Young.



Para Carlos Miranda, sócio da consultoria, a internacionalização, o ''dever de casa bem-feito'' e os bons resultados são alguns dos motivos que ajudam a explicar o crescimento da estatal brasileira.



A valorização da empresa também se deve ao aumento do preço do barril de petróleo, que se aproximou dos US$ 100, e a um crescimento mundial das empresas petrolíferas estatais. A maior empresa do mundo em Bolsa foi a Petrochina, que ganhou cinco posições e superou a privada Exxon, a campeã do ano anterior. Outra estatal, a russa Gazprom, terminou 2007 entre as dez primeiras: foi a 7ª colocada.



As petrolíferas privadas estão tendo dificuldades para entrar em novos mercados, e a produção dos seus campos de exploração está caindo. Enquanto isso, a Petrobras anunciou o campo de Tupi, e a Shell, devido às pressões do governo russo, cedeu o controle do campo de Sakhalin 2º para a Gazprom.



A Vale foi a outra brasileira a entrar no ranking das cem maiores, na 39ª posição. Ela tinha valor de mercado de US$ 154,77 bilhões no final de 2007. Em 2006, a mineradora era a 105ª colocada e valia US$ 69,03 bilhões.



Da redação, com agências