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Após legalização, diminui número de abortos em Portugal

O número de abortos realizados em Portugal foi menor que o previsto desde a sanção da lei que legalizou as interrupções da gravidez, contrariando a previsão dos setores mais conservadores da sociedade, segundo um relatório divulgado nesta sexta-feira (8).

No último semestre, pouco mais de seis mil mulheres abortaram por escolha própria em hospitais públicos, indo contra as previsões que calculavam uma média de dez mil casos, segundo informação divulgada pela agência estatal de notícias LUSA.



A projeção do número de abortos realizados, que indicaria pouco mais de 12 mil ocorrências anuais, constitui 60% dos 20 mil previstos para o mesmo período.



Em um referendo realizado no dia 11 de fevereiro do ano passado, se manifestaram a favor da legalização do aborto 59,3% dos eleitores contra 40,8%. Após cinco meses de discussões parlamentares, a nova lei foi aprovada em 15 de julho de 2007.



O presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal, Jorge Branco, disse que dois terços das intervenções médicas para interromper a gravidez foram em instituições públicas e as restantes em clínicas particulares. Em sua maioria, o aborto se deu em mulheres entre 20 e 34 anos, o que constitui 65,8% do total. Os raros abortos em mulheres com mais de 40 anos chegaram a 8,1% do total, enquanto somente 0,5% foi praticado em mulheres com menos de 15 anos, concluiu Branco.