Vereador investigado manda cancelar denúncia contra ele mesmo

O presidente da Câmara de Vilhena, Ronaldo Alevato (PMDB), suspeito de alugar um ônibus à prefeitura através de “laranja”, mandou cancelar na manhã desta segunda-feira, 12, a denúncia apresentada na semana passada pelo Partido Comunista do Brasil. Ele

Ronaldo alegoudurante a tumultada sessão da Câmara que foi orientado pelo departamento jurídico a cancelar a denúncia que, segundo ele, “não poderia ser feita por partido político, mas apenas por eleitores”. O documento, no entanto, foi assinado pelo presidente do partido, Júlio Olivar, constando de seu número de título eleitoral inscrito na quarta zona eleitoral – Comarca de Vilhena. “Mas isso não vem ao caso. A denúncia era do partido e não do eleitor”, enfatizou.



 
Por causa do cacnelamento, o presidente do PCdoB disse que estuda a possibilidade de ingressar com novas ações – inclusive na Justiça – contra os vereadores. “Se existe impedimento legal para que o partido encabece tal ação, o que é um absurdo, podemos reformular a denúnicia como cidadãos. O que não vamos é nos calar”, afirmou Júlio Olivar.



 
REVOLTA
 
Os vereadores de oposição discursaram indignados com o cancelamento da denúncia, à custa de uma manobra para melar as investigações. Foi o que afirou a vereadora Eliane Back (PV). Ela  disse que houve “marmelada”, uma manobra jurídica para inviabilizar as investigações “que culminariam na culpa dos acusados”. Já o vereador José Rover (PP) também se mostrou revoltado e “surpreso” com a atitude de seus pares “de fazerem de tudo para não serem investigados”.



 
PAUTA TRANCADA
 
Os vereadores Mauro Bil (PT), Arlindo Nenzão (PDT) e Eliane Back resolveram trancar a pauta da Câmara e não fazerem parte de nenhuma comissão da Casa em sinal de protesto contra o modo parcial como Ronaldo Alevato vem presidindo a Câmara. Ele é cunhado do deputado federal Natan Donadon (PMDB), primo do prefeito da cidade, Marlon Donadon (PMDB). 



 
CORRUPÇÃO DENTRO DA LEI
 
O presidente do PCdoB, comentou que “o curioso desta história é que advogados orientam os vereadores a não acatarem denúncia contra si mesmos, com base no Regimento Interno da Câmara. Porém, o que se discute é também ilegal: a locação de veículos à prefeitura. Se bem que, neste caso, ao usarem laranjas, os vereadores dão ares de legalidade à tramóia engendrada entre o Legislativo e o Executivo. É a famosa corrupção dentro da lei. Isso pode”.


 


Da assessoria