Ex-prefeito de Passo Fundo tem direitos políticos cassados
A 5ª Vara Cível suspende, em primeira instância, por três anos os direitos políticos do ex-prefeito Osvaldo Gomes. Peemedebista nega acusações e garante que vai recorrer a todas as instâncias.
Publicado 14/02/2008 17:01 | Editado 04/03/2020 17:12
O titular da 5ª Vara Cível, juiz Clóvis Guimarães, suspendeu ontem por três anos os direitos políticos do ex-prefeito Osvaldo Gomes. Atual presidente do PMDB e cogitado para candidato a prefeito nas eleições de outubro, Gomes foi processado pela tentativa de afastamento de uma funcionária da Socrebe em 2004, e pretende recorrer à decisão emitida ontem em primeira instância.
Prefeito de Passo Fundo duas vezes, entre 1993/96 e 2001/04, Gomes conversou com a equipe de reportagem de ON ontem à noite, disse discordar totalmente da decisão judicial.
“Na época do acontecido, eu nem estava em Passo Fundo e nunca pedi a demissão desta funcionária citada como pivô do processo, tanto é que ela continua trabalhando na Socrebe até hoje”, afirmou. Segundo o ex-prefeito, a decisão emitida ontem é singular e não tem o poder de cassar imediatamente seus direitos políticos. “Considero um absurdo o que está acontecendo, principalmente porque estamos quase em período eleitoral e eu posso ser alvo de injustiças por ser cotado”, concluiu.
Entenda o caso
Em 2004, o vereador Juliano Roso (PCdoB) – que na época fazia oposição ferrenha ao prefeito Osvaldo Gomes – recebeu em seu gabinete um CD anônimo contendo dados. Uma gravação sonora identificava a então secretária de Saúde, Dalva Gradin (correligionária de Gomes, pelo PMDB), ameaçando a funcionária de ser demitida da Socrebe por ter liderado uma greve dos agentes de saúde. Os profissionais reivindicaram pelo pagamento de seus salários, atrasados faziam três meses. “Eu ainda tenho a gravação, e agi conforme a minha consciência mandou, levei diretamente ao Ministério Público”, conta. O comunista encaminhou o material para a promotoria e o assunto repercutiu na tribuna da Câmara de Vereadores, pois o vereador inclusive reprisou a gravação através da emissora de televisão do Legislativo. Meses depois, foi processado por calúnia e difamação pela secretaria de Saúde, mas saiu ileso do processo judicial. “Eu apresentei mais de dez denúncias contra o ex-prefeito e fico surpreso que esta tenha dado resultado”, afirma Roso. Ele conta ainda que semanas atrás foi intimado para depor no processo, para relatar o recebimento do CD, mas não compareceu porque encontrava-se em férias.
Fonte: O NACIONAL