Medidas de segurança frustram policiais no RS

A governadora Yeda Crusius e o secretário da Segurança Pública, José Francisco Mallmann, anunciaram na manhã de quinta-feira (14) onze medidas para reestruturar a secretaria, valorizar os servidores e reequipar as polícias civil e militar do Rio Grande

Apesar do anúncio, os servidores tanto da polícia militar quanto da civil ficaram frustrados com as medidas do governo, de quem eles esperavam bem mais. No caso dos militares, a governadora não tocou no tema da matriz salarial da categoria, que tem prazo para ser resolvido até o próximo dia 29. Os brigadianos reivindicam 2% de aumento no índice da matriz, que já não foi dado no ano passado.


 


Leonel Lucas, presidente da Associação dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar (ABAMF) ainda cita a falta de concursos internos na corporação, que não ocorrem há dois anos, e critica a contratação de PM's temporários. De acordo com o policial, o déficit de policiais militares nas ruas gaúchas já chega a 14 mil.


 


“No que tocava ao servidor de Segurança Pública, a única novidade é que o secretário disse que fará uma carteira digitalizada para a Susepe e o IGP. O da Brigada já é digitalizada. Esse foi o único incentivo que vimos lá. E 500 PM's temporários, para nós, não adianta. O Rio Grande do Sul já mostrou que PM temporário não é saída para a Segurança. Temos aí 1,5 mil policiais temporários e não temos segurança no RS”, diz.


 


A situação de descontentamento também abrange os servidores da Polícia Civil. O item positivo, avalia Isaac Ortiz, presidente do UGEIRM Sindicato, foi a nomeação dos 242 escrivães, que esperavam há cem dias o encaminhamento do Estado para começarem a trabalhar. No entanto, o governo deixou de fora os 250 inspetores de polícia, que também aguardam ser nomeados, mas anunciou concurso público, o que para Isaac é uma contradição.


 


“Anuncia a realização de concurso público e não nomeia nem o que tem ainda? Se tem realmente alguma preocupação com a Segurança Pública nomeia todo mundo e anuncia o concurso público”, afirma.


 


O sindicalista avalia que a não-nomeação dos inspetores deve dificultar o “Mutirão Contra a Impunidade” anunciado nesta quinta-feira pela governadora. A idéia do mutirão, composto por 50 agentes e 4 delegados, é finalizar 27 mil inquéritos policiais em 16 municípios gaúchos.


 


Chasque