Para Robert Redford, 'YouTube' não está à altura do cinema
O ator e cineasta Robert Redford elogiou sites populares de partilha de vídeos, como o YouTube, mas disse que o conteúdo de qualidade ainda vem de filmes propriamente ditos. “Estou do lado do conteúdo”, disse ele na quarta-feira (13) no Congresso
Publicado 14/02/2008 19:08
“A tecnologia precisa dela (da qualidade), mas o que diferencia o joio do trigo é a qualidade”, agregou o cineasta. “O YouTube e sites desse tipo favorecem a democratização, mas existe muita porcaria aí fora.”
Redford e a associação da indústria de telecomunicações GSM lançaram em novembro de 2006 um projeto de produção de curtas-metragens para celulares. Até agora, sefgundo Redford, de 71 anos, já foram produzidos cinco curtas.
Cineasta já premiado com o Oscar, fundador do Instituto Sundance – que incentiva o cinema independente -, Redford disse que assiste a filmes em seu celular e que arte e tecnologia não precisam se excluir. “Quanto mais a arte se fundir com a tecnologia, mais ela vai impulsionar a tecnologia”, disse Redford à Reuters.
Embora o entretenimento nos celulares possa ter um efeito isolador, o ator e diretor diz estar convencido de que as pessoas sempre vão precisar da interação social e vão procurá-la. “Existem inúmeros usos para os celulares, mas eles não passam de outra forma de comunicação humana.”
Indagado que filme recente lhe causou impacto duradouro, Redford citou O Escafandro e a Borboleta, de 2007. O longa-metragem descreve a vida de um homem de 43 anos depois de um derrame deixá-lo paralisado, de modo que o único modo de comunicação que lhe resta consiste em piscar com seu olho esquerdo. “Dava para sentir a agonia dele”, comentou o cineasta.
Sobre seus próprios filmes, Redford disse que há momentos memoráveis demais para dizer qual é seu favorito. “O que mais me impressiona ou satisfaz é ter feito filmes que me disseram que não poderiam ser feitos. Isso me satisfez profundamente.” O diretor acrescentou que não tem interesse ou paciência para fazer sequências, porque existem tantas histórias originais a serem contadas.