PT escanteia oposição e indica Luiz Sérgio para relatar CPI
O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), que deixou nesta semana a Liderança do partido na Câmara, será o relator da CPI dos cartões de pagamento do Poder Executivo. A vaga coube ao PT que é o segundo maior partido da Câmara. Pela regra da proporcionalidade partid
Publicado 14/02/2008 18:24
O PT não se deixou pressionar pela histeria da oposição e confirmou a indicação do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) para a relatoria da CPI mista dos Cartões. Ainda nesta quinta-feira (14), o senador Neuto de Conto (PMDB-SC) aceitou o convite para presidir a comissão.
A base governista tem direito a indicar nomes para os postos, pois possui as maiores bancadas da Câmara dos Deputados e do Senado.
Além de Luiz Sérgio, a bancada petista da Câmara será representada na CPI também por Paulo Teixeira (SP), Nilson Mourão (AC) e Cláudio Antônio Vignatti (SC).
Após a indicação –por enquanto informal, pois a CPI ainda não foi aceita pela mesa diretora do Congresso– Luiz Sérgio afirmou que apesar de o governo ocupar os cargos-chave na comissão a oposição vai ter voz nas investigações. ''A oposição vai ter espaço. Vou buscar construir o roteiro de trabalho com todas as lideranças. Vou ouvir todos os partidos'', disse.
A exemplo do senador Neuto de Conto, indicado para a presidência da CPI, Luiz Sérgio negou que a comissão será do tipo ''chapa-branca''. ''Não existe isso de CPI chapa-branca. Não vamos proteger ninguém nem perseguir ninguém'', afirmou.
Segundo o líder do PT, Maurício Rands (PE), a escolha por Luiz Sérgio foi devido a sua experiência como líder da sigla, cargo que ocupou até segunda-feira. ''Ele é um parlamentar experimentado.''
Apesar do controle total da CPI, Rands também rejeita a denominação ''chapa branca''. ''Essa CPI não é contra o governo. Ela traz às luzes pequenas despesas e é evidente que o governo não faz nenhuma orientação para que as pessoas usem mal o cartão.''
Segundo Rands, a ''chiadeira'' da oposição para conquistar a relatoria ou a presidência da comissão não tem base na tradição do Congresso. ''As regras para a distribuição de cargos na CPI são pela proporção das bancadas. Eu tenho comigo a relação das CPIs no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas em oito anos o PT nunca conquistou a presidência ou a relatoria'', afirmou.
O líder petista desafiou a oposição a instalar uma CPI na Assembléia Legislativa de São Paulo para investigar irregularidades no uso do cartão do Estado, que é governado pelo tucano José Serra. ''O governo não teme a CPI, a base aliada também não teme as investigações. Tanto que assinamos o requerimento de criação. Mas em São Paulo, a base aliada do Serra não está permitindo a instalação da CPI'', criticou.
Da redação,
com agências