Artigo – Por que Chapecó precisa de uma alternativa?

Para que um Partido político possa definir sua estratégia e sua tática política é preciso captar, penetrar naquilo que define a singularidade atual do sistema de poder estabelecido na cidade. Não podemos ficar simplesmente nas generalidad

Temos a certeza de que uma nova proposta, com uma nova feição de caráter social deve ser iniciada em Chapecó, sob pena de ficarmos mais quatro anos reféns de uma política que privilegia uma pequena parcela de poderosos, que sucateia os serviços essenciais para a maioria da população, que não constrói casas populares, salas de aulas, que não cria espaços de lazer, que não aumenta o atendimento na saúde e diminui o atendimento na assistência social.


O governo que aí está foi eleito alicerçado em praticamente duas questões: erro estratégico do antigo governo em realizar obras no trânsito da cidade em período que não era permitido fazer campanha publicitária para esclarecimento das mudanças e o discurso rancoroso de Anti-PT que encontrou eco em boa parte do empresariado e parte da imprensa. O atual prefeito teve sua imagem bem trabalhada no meio da população na figura de apresentador de TV, um homem indignado com as injustiças, batia com um porrete na mesa xingando os poderosos em defesa dos menos favorecidos, apelava para a promoção de campanhas de arrecadação de donativos para ajudar os pobres, ficou caracterizado como um verdadeiro Zorro (mascarado), pois bem, o povo deu o veredicto e ele saiu-se vitorioso.


Mas enfim, o que ele fez para que se proponha uma alternativa? Para alguns pode não parecer errado, mas neste período ele já conseguiu vender a merenda escolar para uma empresa de Goiás ou São Paulo o que proporcionou uma diminuição significativa na qualidade da alimentação dos alunos; vendeu as contas do funcionalismo público duas vezes; aumentou os privilégios e concessões para empresas do transporte público e empreiteiras de asfalto; vendeu dezenas de terrenos da prefeitura – espaços públicos que deveriam ser utilizados para o bem coletivo e que agora pertencem a interesses privados; abandonou a população dos bairros e do interior precarizando o atendimento na saúde e assistência social, além do abandono completo na infra-estrutura. E agora na questão de segurança pública o que se percebe é um crescimento substancial nos casos e ocorrências de furtos e infrações de delinqüência e assassinatos, para tentar aparecer nestas situações gravíssimas, seu governo apresenta projetos sem sustentação popular e de desrespeito a categoria dos policiais civis e militares como o Tolerância Zero e a Gincana policial.


A cidade de Chapecó precisa debater um projeto alternativo de governo, estamos focando nosso esforço para construir junto com outros partidos, movimentos sociais e segmentos da nossa sociedade uma alternativa que leve em consideração as características econômicas e culturais da nossa terra. Queremos um projeto que possa fazer nossa cidade: democrática – que respeite e se desenvolva segundo o interesse da maioria dos cidadãos; participativa – que estimule a participação dos cidadãos no planejamento, execução e avaliação das ações formuladas para atender aos problemas vividos pela comunidade; crítica – que exercite a capacidade de questionar e avaliar a realidade social desenvolvendo a autonomia para refletir e decidir os próprios rumos; transformadora – que busque a politização e mudança das relações sociais, dos valores e práticas contrárias ao bem-estar público; multidimensional – que paute sua compreensão dos fatos na integração dos diversos aspectos da realidade; ética – que persiga a construção de uma nova ética que priorize a defesa da vida, da solidariedade e da sustentabilidade em nossa sociedade.



Sérgio Roberto Scheffer


Presidente do PCdoB de Chapecó