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Petrobras descarta reduzir importação de gás boliviano

A Petrobras rejeitou nesta quinta-feira (14) o pedido do governo da Bolívia para reduzir o consumo de gás importado do país vizinho com o objetivo de deslocar parte do produto para suprir a Argentina. O recado foi dado durante reunião da cúpula da estatal

“[Informamos] ao vice-presidente da Bolívia a impossibilidade de reduzir a demanda de 30 milhões de m3 por dia de gás natural previsto no contrato de compra firmado com a estatal boliviana, mais o volume de gás necessário à operação do sistema.”



Na quarta-feira, Linera esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pediu a ele uma “redução voluntária” no consumo brasileiro a fim de que a Argentina tivesse gás no próximo inverno. Para Linera, não seria uma quebra de contrato com a Petrobras, mas sim uma forma de “equilibrar” o suposto excesso de gás destinado ao Brasil e a escassez que afeta a Argentina.



A proposta da Bolívia era fornecer 27 milhões a 29 milhões de m3 diários de gás – média histórica de consumo. O contrato, segundo Linera, prevê 32 milhões de m3/dia – a Petrobras diz que são 30 milhões. A sobra seria desviada para a Argentina. “O volume de consumo médio histórico que o Brasil usa do gás boliviano está absolutamente garantido e não está em debate. O que está em debate são volumes novos de gás, além dos volumes médios históricos”, disse o vice-presidente boliviano.



Caso fosse confirmada, a redução prejudicaria indústrias brasileiras, segundo grandes consumidores de gás natural. A Abividro (Associação das Indústrias Automáticas de Vidro) classificou a idéia de absurda e disse que o Brasil não pode resolver os problemas argentinos. “Sou brasileiro, fizemos um contrato e temos direito de receber esse gás. Se houver redução da oferta, vai fazer falta”, afirmou o superintendente Lucien Belmonte.



Fonte: Valor Econômico



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