Disputa Hillary x Obama pode triturar Partido Democrata
Como e evitar que a disputa entre Hillary Clinton e Barack Obama possa acabar com as chances do Partido Democrata de voltar à Casa Branca? A pergunta preocupa o ex-vice-presidente americano Al Gore e a líder da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi.
Publicado 17/02/2008 13:37
Junto a outros democratas “notáveis”, eles estão avaliando se intercedem, em algum momento, na corrida para eleger o candidato para as presidenciais norte-americanas de novembro. O principal temor é que a estreita margem entre o senador afro-americano e a ex-primeira-dama deva ser resolvida com o voto dos famosos “superdelegados” – os funcionários e dirigentes do partido que concorrerão à convenção de agosto em Denver, Colorado, sem que seu mandato tenha surgido do voto popular.
Obama está à frente de Hillary no número de delegados nas primárias e assembléias celebradas até agora, mas Hillary conta com mais simpatias entre “os superdelegados”. Os números atentam contra a possibilidade de que algum dos aspirantes possa chegar ao número mágico de 2.025 delegados que pode garantir a designação. O senador por Illinois tem 1.262 delegados ao lado dele, 160 deles superdelegados, enquanto Hillary conta com 1.213, entre os quais 235 são superdelegados.
Com as primárias do Texas e Ohio, em 4 de março, e na Pensilvânia, em 22 de abril, Hillary aposta na recuperação após uma série de derrotas sofridas. Mas as primárias democratas designam delegados por cada estado de maneira proporcional – e, portanto, Obama também somará novos delegados.
Se seguir essa tendência, o senador poderia ficar à frente de Hillary em matéria de delegados das primárias – mas empatado ou atrás na soma total. Neste momento, segundo a CNN, Obama tem 1.102 delegados contra 978 de Hillary.
O The New York Times publicou em sua capa de sábado (16) que os democratas estão analisando como “evitar uma ruptura na convenção” partidária de agosto. Segundo o jornal, os notáveis do partido se mantêm ainda neutros, enquanto Gore e Pelosi se reservam ao papel de “mediadores honestos” para resolver a estreita disputa entre Hillary e Obama.