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'Ianques, go home': Chávez pede saída da petrolífera Exxon

O presidente venezuelano Hugo Chávez disse “ianques, go home” neste domingo (17), em alusão à saída da multinacional norte-americana Exxon Mobil do país, durante a transmissão de seu programa dominical Alô, Presidente!.  Chávez acrescentou q

O presidente insistiu em que as autoridades venezuelanas anteriores permitiram à Exxon “roubar” o país ao classificar como carvão o petróleo da faixa e exonerar a empresa do pagamento de impostos. As antigas autoridades também teriam permitido operações sem salvaguardas técnicas sobre a qualidade das jazidas nem respeito aos direitos dos trabalhadores.


 


“A Exxon não pagava impostos. Levaram 500 mil barris de petróleo sem que fossem registrados, antes que começasse a fase de prospecção e de processamento” nos anos 90. “Temos aqui as provas de um delito”, disse. “Isto é crime — e é causa adicional para que processemos a Exxon Mobil e a obriguemos a nos pagar o que roubou daqui. São eles os agressores, os ladrões, os que fizeram um dano irreparável à Venezuela”, denunciou o presidente venezuelano.


 


A petrolífera americana foi obrigada, no ano passado, pelo governo venezuelano a deixar suas operações na faixa petrolífera do Orinoco, após se negar a alterar o convênio que a associaria, em uma empresa mista, à estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), sendo esta a sócia majoritária.


 


“Não temos planos de deixar de enviar petróleo aos Estados Unidos”, mas o envio será suspenso “se o imperialismo nos atacar e pretender causar algum dano, como já fez”, esclareceu Chávez. Junto a outros funcionários de seu governo, ele mostrou imagens de algumas das operações de extração de petróleo em um dos poços que a Exxon operava no Orinoco.


 


A definição de uma eventual indenização à Exxon por essa exclusão deve ser sentenciada por um tribunal internacional de arbitragem. Mas, antes que este atue, a empresa americana iniciou ações judiciais preventivas contra a PDVSA — o que foi qualificado por Chávez de “terrorismo econômico do imperialismo”.


 


A Exxon já conseguiu que um tribunal de Nova York congelasse uma conta bancária da PDVSA de US$ 315 milhões — e que outros juízes do Reino Unido e da Holanda fizessem o mesmo com ativos venezuelanos de até US$ 12 bilhões, embora Caracas sustente que nesses dois países não tem propriedades nem contas com esse valor.


 


A companhia americana procura se situar em uma posição de força diante da arbitragem internacional, que definirá se a Exxon tem direito a uma indenização por sua saída do Orinoco, uma extensão de 55 mil quilômetros quadrados onde se estima que exista a maior reserva de hidrocarbonetos do mundo, embora dela somente sejam extraídos, na atualidade, em torno de 600 mil barris diários.


 


A Venezuela produz em torno de 3,2 milhões de barris diários de petróleo e vende aos Estados Unidos cerca de metade desse volume. Após a ofensiva da Exxon, o Governo excluiu a empresa das operações de compra e venda da commodity.


 


“Estamos batalhando contra o império e seus 'pit-ianques' nacionais, que fizeram festa de forma traidora, como fez a Exxon contra a Venezuela”, afirmou. Durante o programa Alô, presidente!, Chávez também pediu sugestões a seus ministros para criar em breve um imposto a empresas petrolíferas que operam em seu país e destacou que o tributo já é cobrado em outras nações petrolíferas.