CPI dos Cartões: líder do PT condena contradições da oposição
A tentativa da oposição de instalar mais uma CPI no Senado, para investigar os cartões corporativos, foi repudiada pela líder do PT, senadora Ideli Salvati (SC). A líder diz que as atitudes da oposição estão tornando-se insustentáveis. “É uma situação tot
Publicado 21/02/2008 15:18
Ideli diz que entre as contradições da oposição, a CPI dos Cartões tem se destacado. Ela lembra que o primeiro requerimento protocolado, no Senado, pela base do governo foi rejeitado pelos líderes do PSDB e DEM. Logo depois, os governistas fizeram um acordo com a oposição e deram entrada numa CPI mista, no Congresso. “Aí, quando estava protocolada a mista, eles voltaram atrás e pedem uma exclusiva do Senado. Então é uma coisa que você não tem mais como ter convivência com uma oscilação tão ostensiva como essa”.
“Nós temos, desde 2003, CPIs que foram compartilhadas e CPIs que só foram conduzidas por partidos. Não tem um padrão de exclusividade como aconteceu no Governo Fernando Henrique”, ressalta Ideli. Para ela, o governo de FHC mantinha um padrão de exclusividade.
“Das poucas CPIs que foram instaladas, com exceção da Nike, que foi presidida pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), todas foram presididas e relatadas por eles. Pelo partidos que apoiavam o Governo Fernando Henrique”, revela.
A senadora percebe que é comum, na oposição, a exigência de algo que não é praticado por eles. “Exigem CPIs que não permitem abrir em São Paulo. Exigem medidas de transparência, como colocar dados no portal, e não fazem nos governos que estão”.
“Eu tenho entendimento que com esse clima de chantagem que eles estão instalando é impossível ter negociação e fica muito difícil”, lamenta. A senadora diz que, caso a oposição insista em instalar a CPI no Senado, a situação se tornará mais insustentável.
CPI Mista
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), informou que, após a leitura do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos cartões corporativos na tarde desta quinta-feira (21), em sessão do Congresso, aguardará que os líderes partidários indiquem os integrantes desse colegiado. Caso não o façam, ele obedecerá o Regimento Interno e fará as indicações.
Na visão do presidente, a oposição está tentando fazer uma coisa que não considera verdadeira, que é tentar instalar duas CPIs, uma exclusiva do Senado e outra mista. “Eu acho que a oposição está fazendo isso para pressionar o governo, porque não há possibilidade de se ter aqui duas CPIs”, disse”.
Pesquisas
Em busca de desqualificar e enfraquecer o Governo Lula, “eles adotaram nestes últimos cinco anos, a tática do desgaste de manhã, tarde e noite, um dia sim e outro também e o resultado não reverte”. Perante tantos ataques da oposição, a líder questiona: “Eu fico imaginando como é que repercute nos partidos de oposição o resultado de uma pesquisa como esta que saiu agora, da CNT/Sensus”.
“Mais desesperador para a oposição é a avaliação do cotidiano das pessoas. Melhora nos empregos, renda, segurança, saúde, educação e quando se pergunta se vai melhorar ainda mais, a curva é ascendente. Quer dizer, já melhorou e vai melhorar ainda mais”, comemora.
A petista imagina que deve ser desesperador, para a oposição, uma situação como essa. “Coloquei no plenário mais do que claro: pela inteligência da oposição, que eles revisem as táticas e práticas que eles adotaram”.
O único problema, segundo Ideli, “é que eles governaram e não tiveram os resultados favoráveis. Essa tática adotada não está dando resultado e talvez fosse melhor eles proporem para o país melhoria de vida, que é o que nós estamos fazendo de forma concreta”, fala, afirmando que o Brasil continuará nesse ritmo.
Ideli acha que por isso o presidente Lula se transforma num grande cabo eleitoral e a continuidade do projeto das políticas adotadas vai ser decisiva para as eleições de 2010.
De Brasília
Alberto Marques