Professores da UnB defendem permanência do Reitor
Em Assembléia Geral Extraordinária, convocada pela Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), os professores da UnB decidiram não pedir o afastamento do reitor da UnB, professor Timothy Mulholland. Com 157 votos, os docentes rejeitaram a
Publicado 22/02/2008 11:05 | Editado 04/03/2020 16:42
Os participantes da assembléia também rejeitaram a possibilidade de uma investigação por parte da ADUnB, que, de acordo com proposta de sua diretoria, instituiria um conselho de ética para avaliar a atual gestão. A constitucionalidade de uma comissão como essa foi questionada, e os professores optaram por discutir a gestão da universidade em cada departamento, acatando à sugestão de um grupo formado por ex-presidentes da ADUnB. Ficou decidido também que o Conselho Universitário (Consuni) será conclamado a se reunir e deliberar acerca das discussões.
IMPRENSA – Todos os professores que participaram do debate destacaram que o propósito principal da presença de cada um na reunião era defender a Universidade de Brasília. O debate contou com opiniões e avaliações divergentes sobre o caso (acompanhados por manifestações acaloradas de apoio e repúdio), mas a maioria considerou que um possível afastamento do reitor é precipitado, tendo em vista que nem sequer um processo judicial foi aberto para que qualquer investigação fosse feita na universidade.
Os professores concordam, contudo, que o funcionamento da UnB pode ficar mais transparente para alguns docentes, que cobraram mais clareza quanto à administração e à relação entre a universidade e suas fundações de apoio. Alguns dos professores aproveitaram a assembléia para desabafar e criticaram a cobertura de parte da imprensa em relação à investigação do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) na Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec). Segundo eles, os noticiários desviaram o foco do processo judicial instaurado para investigar apenas a Finatec e implicaram a UnB e seu reitor com o caso de forma indevida.
CONSELHO DIRETOR – Muitos dos docentes lamentaram que colegas notoriamente honestos estejam sendo condenados publicamente pelos jornais e interpretaram o tratamento reservado pela mídia ao caso como uma reação ao processo de expansão da universidade.
A própria atuação do MPDFT foi repreendida por alguns professores, que consideram que o procurador que cuida do caso (Ricardo Antônio de Souza) extrapolou a sua competência ao envolver a administração da universidade em suas declarações públicas sobre a investigação judicial.
Durante a reunião, também foi posta em dúvida a isenção do Conselho Diretor da UnB, logo defendido por outros professores. Segundo o que ficou acordado, todos os assuntos relacionados à administração da universidade ainda serão discutidos em reuniões futuras.