Programa atacará 60 redutos da pobreza no país
O mapa que ilustra esta matéria mostra onde ficam as áreas brasileiras que serão alvo do programa Territórios da Cidadania, lançado nesta segunda-feira (25) no Palácio do Planalto, por um veemente discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. São as á
Publicado 25/02/2008 23:35
O presidente defendeu o Territórios da Cidadania como ''o segundo grande passo para a gente acabar com a pobreza'', depois de polemizar com os que têm ''fobia'' do primeiro passo, Bolsa Família. ''Eu não tenho pressa de acabar com o Bolsa-Família. O Bolsa Família vai acabar no dia em que a sociedade brasileira, junto com todos nós, conseguir construir as políticas de distribuição de renda para que o povo não precise mais dessa política do governo. Então, tem gente que se incomoda'', alfinetou o presidente.
Entre o primeiro e o segundo passos há diferenças. O Bolsa Família tem como foco os 11 milhões de famílias pobres que atende. O novo programa, como indica seu nome, trabalha com áreas geográficas (em 2008 serão 958 municípios) com índices sociais negativos. A proposta é fazer com que a ação integrada dos ministérios produza movimentos regionais de superação da pobreza e do atraso nos territórios selecionados.
Surpresas territoriais
Na sua maioria são áreas retardatárias, que dão consistência à teoria dos ''dois Brasis'' – onde a população rural permanece esquecida. Mas há algumas surpresas que fogem à observância estrita deste critério.
Em parte isso ocorre porque o programa optou por selecionar territórios de todos os estados da Federação – já que a região escolhida em Santa Catarina por exemplo tem uma realidade bem diversa daquelas da Paraíba. Mas há áreas que surpreendem pela proximidade com centros de riqueza. É o caso do território de Águas Emendadas (por ser o lugar de confluência das bacias hidrográficas do Amazonas, Paraná e São Francisco): ele praticamente cerca o Distrito Federal, que ostenta o maior nível de renda e os mais elevados índices de desenvolvimento humano do país.
O discurso presidencial lembrou um exemplo do quanto os ''grotões'' focados pelo Territórios da Cidadania, tirado de outro programa, o Luz Para Todos. ''Na hora em que o nosso pessoal do Luz para Todos sai a campo, a gente percebe que tem muito mais gente sem luz do que o que está nas estatísticas do IBGE. Nós vamos atingir 2 milhões de famílias, que dá quase 10 milhões de pessoas, e nós já descobrimos mais 1,7 milhão pessoas que não têm luz'', disse Lula. E prometeu levar eletricidade aos 3,7 milhões até 2010, último ano do seu mandato.
Da redação, com agências
