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Inflação em alta dificulta queda maior dos juros nos EUA

A inflação no atacado nos EUA deu um salto de 1% em janeiro, registrando o maior acumulado de 12 meses – 7,4% – desde 1981, enquanto os preços dos imóveis residenciais tiveram uma queda de 8,9% no quarto trimestre, a maior já registrada nos 20 anos. Esses

Quanto à inflação no atacado, o IPP (Índice de Preços ao Produtor) teve alta de 1% após registrar uma deflação de 0,3% em dezembro (dado revisado). O núcleo da inflação (que exclui os preços de alimentos e energia), por sua vez, subiu 0,4% no mês passado, contra 0,2% um mês antes.



Os temores de que a inflação pode estar despontando faz crescer o receio de que o Federal Reserve (Fed, o BC americano) possa interromper sua trajetória de cortes de juros. Entre setembro de 2007 e janeiro deste ano, o banco efetuou cinco reduções na taxa – que caiu de 5,25% para 3%.



Os cortes ocorreram como forma do Fed fazer frente aos riscos de uma recessão: com juros mais baratos, o banco pretende estimular o consumo entre os americanos e a realizações de investimentos por parte das empresas.



A última vez em que a inflação no atacado esteve tão grande, no início dos anos 80, o Fed implementou uma alta de juros que levou países da América Latina, inclusive o Brasil, a beirar a inadimplência ou a pedir uma moratória.



O índice referente aos preços de energia teve alta de 1,5% no mês passado, após uma deflação de 3% em dezembro. Já os alimentos tiveram alta de 1,7% em janeiro, ligeira variação positiva em relação ao verificado um mês antes, 1,4%.



Já o índice de confiança elaborado pelo Conferencie Board caiu para 75,0 em fevereiro, contra dado revisado para baixo de 87,3 em janeiro. O componente sobre situação atual caiu para 100,6 em fevereiro, ante dado de 114,3 revisado para baixo em janeiro, enquanto o índice de expectativas recuou para 57,9 – o menor em 17 anos – contra 69,3 no mês anterior.



Recessão


 


A deterioração na confiança foi expressiva. Foi a maior queda mensal nos índices de confiança e expectativas do consumidor desde setembro de 2005, após o furacão Katrina. O componente sobre a situação presente teve sua pior baixa desde outubro de 2001, quando os EUA estiveram em recessão pela última vez. A confiança foi atingida por uma pior perspectiva do mercado de trabalho. A medida dos “empregos difíceis de obter” subiu de 20,6 em janeiro para 23,8 no mês seguinte, patamar mais alto desde outubro de 2005.



A queda dos preços dos imóveis residenciais nos EUA, por sua vez, também foi recorde: a maior já registrada nos 20 anos em que o índice S&P/Case-Shiller é apurado.



O economista-chefe da MacroMarkets e um dos arquitetos do índice, Robert Shiller, disse que “para onde quer que se olhe [no mercado imobiliário] as coisas parecem fracas”. Durante a recessão do período 1990-1991, os preços das casas chegaram a cair apenas 2,8%.


 


Fonte: Valor Econômico