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Hollywood muito em baixa: o Oscar virou fiasco de audiência

A celebração do Oscar não é mais a mesma. Comparada aos dados históricos do Academy Awards – televisionado pela primeira vez em 1953 -, a 80ª cerimônia anual do maior evento do cinema dos Estados Unidos foi um fiasco.

Veiculado no domingo (24) pela rede aberta ABC (Walt Disney Corp.), o Oscar deste ano não só atraiu 21% menos espectadores do que em 2007 – mas também se revelou o de menor audiência desde que a Nielsen Media Research uniformizou a compilação dos dados, em 1974. Também ficou abaixo do resultado de 2003, quando o Oscar aconteceu alguns dias antes da invasão do Iraque.


 


Segundo comunicado da ABC, baseado em dados preliminares da Nielsen (que podem ser alterados), 32 milhões de americanos em média assistiram à transmissão de mais de três horas, com pico às 22 horas. Porém, foram 40,2 milhões em 2007, além de 38,9 milhões em 2006 e 33,04 milhões em 2003.


 


Em número de domicílios, 21,1 milhões sintonizaram a ABC neste ano (18,7 pontos, sendo que um ponto equivale a 1,13 milhões de domicílios do país), com share de 29% (o nível mais baixo desde 1953). Apenas 10,7 pontos foram registrados entre a audiência de 18 a 49 anos (a mais cobiçada dos anunciantes), um decréscimo de 24% sobre 2007 (que registrou 14,1 pontos) e de 14% sobre 2003 (12,5 pontos).


 


Causas


 


Uma convergência de fatores contribuiu para o fracasso, dizem os analistas. A greve de quatro meses dos redatores de Hollywood, encerrada apenas alguns dias antes do evento, foi um deles. A decepcionante bilheteria dos filmes indicados neste ano também contribuiu, refletindo a falta de interesse popular nos gêneros predominantes, com temas deprimentes que giravam em torno de psicopatas, aventureiro ambiciosos e advogados corruptos.


 


Outro agravante foi a nacionalidade estrangeira de muitos indicados para o Oscar, na maioria desconhecidos do público americano. Já a ABC atribuiu o recuo da audiência à popularização dos gravadores digitais de vídeo (DVRs), que se multiplicaram nos últimos dois anos (hoje estão presentes em quase 23% dos lares americanos, contra apenas 13% em 2006).


 


Mas é cedo para prever o impacto do declínio de audiência sobre os anunciantes dos próximos Oscars. Ainda desta vez, porém, a ABC teve sorte: a maior parte do tempo de comercial já estava vendida antes da greve dos roteiristas, para anunciantes do porte da American Express, Unilever, Coca-Cola e General Motors – que concordaram em pagar até US$ 1,82 milhão por 30 segundos para divulgar suas marcas. As cifras significam um aumento de 7% sobre o US$ 1,7 milhão cobrado em 2007.


 


Da Redação, com informações do Meio & Mensagem