PT questiona acordo da CPI; tucano reclama que não é ioiô
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), reagiu com ênfase à decisão da bancada do PT na Câmara, de reabrir o diálogo sobre a composição da CPI do Cartão Corporativo, diante da indicação da senadora tucana Marisa Serrano (MS) para presidir a
Publicado 28/02/2008 16:49
“Não vamos fazer papel de ioiô, de pingue-pongue, de chiclete, de vai para lá ou vem para cá. Nada disso. Não aceitamos troca, e acreditamos que o acordo será cumprido”, disse o líder tucano, para quem o assunto está encerrado. Ele disse que pretende levar o caso ao líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que costurou com o PMDB o acordo entregando a presidência da CPI ao PSDB.
Marisa: “Não aceitamos troca”
Virgílio ameaçou trabalhar em favor da criação da CPI dos Cartões exclusivamente do Senado, caso a questão seja reaberta. “Esse requerimento [que cria a CPI] pode ser lido a qualquer momento”, afirmou. Segundo ele, a briga pela presidência da comissão seria uma manobra do PT para “impedir as investigações”.
A senadora Marisa Serrano concorda com seu líder. Disse que não aceitará trocar de cargo com o PT e ocupar a relatoria, enquanto a presidência ficaria com um petista. “Não estamos falando em relatoria e não aceitamos troca”, afirmou. Ela acredita acredita que, “na melhor das hipóteses”, a primeira reunião da comissão deverá ocorrer na segunda semana de março.
PT questiona mas “com tranqüilidade”
Do lado petista, o questionamento é feito com luvas de pelica, já que a cedência à oposição, anunciada ontem (27), foi costurada pelo governo e seu líder no Senado – que deu a notícia à imprensa. O estratagema usado para dar a presidência da CPI ao PSDB, mesmo este não possuindo uma das maiores bancadas parlamentares, consistiu em fazem com que os senadores do PMDB repassassem essa prerrogativa aos tucanos.
Conforme o líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE), o partido ainda não decidiu que posição será tomada, mas um “novo contexto” foi criado. “havia um tendência de encaminhamento pelo respeito a proporcionalidade partidária no comando da CPI. Houve uma mudança, e diante disso, estamos refazendo o processo de consulta para termos uma posição equilibrada e serena”, observou Rands.
“A regra que estava colocada era da proporcionalidade partidária. A liderança do governo no Senado está com uma posição diferente e eu entendo as razões da liderança, porque no Senado existe uma outra correlação de forças. Estamos dialogando com os membros da base do governo no Senado e na Câmara, e trocando idéias também com alguns ministros”, disse ainda Rands.
“Portanto, não precisamos nos precipitar. Vou aguardar as consultas feitas para ter uma definição tranqüila de como será a posição do PT diante do novo contexto de compartilhamento do comando da CPI”, ressaltou o petista pernambucano.
O líder do PT destacou que a decisão do partido será no sentido de “assegurar a seriedade e eficiência” das investigações da CPMI. “A posição da bancada do PT será no sentido de dar contribuição para que essas investigações sejam feitas com seriedade e eficiência, levando em consideração que o Congresso Nacional precisa cumprir o seu papel nessa questão e precisa também apreciar a agenda positiva que está colocada”, frisou Maurício Rands.
Segundo o líder petista, “quando a bancada fez a indicação do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) para a relatoria era um contexto em que iria prevalecer a regra da proporcionalidade das bancada no comando da CPMI, onde o PMDB ficaria com a presidência e o PT, com a relatoria. Agora, a situação é outra.”
Da redação, com agências