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Ministro do Esporte responde a ataque da Veja

A assessoria de comunicação do Ministério do Esporte contestou com uma longa nota neste sábado (1º) as acusações de suposta corrupção nos convênios do programa Segundo Tempo, feitas pela revista Veja deste fim de semana. ''Nós temos convicção que

''Toda a investigação que sirva ao aperfeiçoamento da gestão pública é bem-vinda. Nós temos convicção que não há problema algum em qualquer convênio. Se houver nós tomaremos medidas. Temos feito o acompanhamento, uma fiscalização para evitar os desvios. Qualquer denuncia é de nosso interesse investigar e tomar medidas contra malversação do dinheiro público'', disse o ministro neste sábado.


Orlando fez a declaração quando participava da solenidade dos 30 anos de vida pública do deputado Aldo Rebelo (SP), que assim como ele é do PCdoB. Ele veio a São Paulo para participar, também neste sábado, do primeiro sorteio da Timemania.


A matéria da Veja, assinada por Ricardo Brito, admite que o Segundo Tempo é ''um dos programas mais bem-intencionados do governo Lula'', que tira da rua para o esporte 1 milhão de crianças e adolescentes. No entanto, assevera que ''além dos jovens, o programa tem ajudado também comunistas e amigos do PCdoB''.



A acusação se baseia em ''uma investigação realizada pela polícia de Brasília''. A Veja assevera que ''ONGs escolhidas a dedo receberam repasses milionários, simularam a criação de núcleos de treinamento, registraram alunos-fantasma, fraudaram as prestações de contas e surrupiaram parte dos recursos que deveriam ajudar crianças carentes”.



A revista cita quatro ONGs, todas da periferia de Brasília, que teriam recebido R$ 4,7 milhões de reais do Ministério, com o agravante de que “são comandadas por pessoas ligadas ao PCdoB ou a militantes do partido”. Veja ''suspeita'' que ''uma parte do dinheiro desviado pelas ONGs, além de enriquecer alguns, ainda seja usada para abastecer campanhas políticas dos comunistas”. No entanto, não achou um só personagem que fizesse uma declaração endossando a ''suspeita''. A própria ''investigação da polícia de Brasília'' é mencionada mas não citada.



O conteúdo e o estilo são os que fizeram a fama da revista nos últimos anos. A matéria contra o ministro do Esporte é precedida por outra cheia de veneno contra a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que é do PT; e sucedida por uma terceira acusando o titular da pasta do Trabalho, Carlos Lupi, que é do PDT.  A seção internacional concentra o fogo contra Fernando Lugo, primeiro colocado nas pesquisas da eleição presidencial no Paraguai, em abril, dentro da onda de guinadas à esquerda que faz o inferno astral da revista-líder do Grupo Abril.



A resposta do Ministério



No mesmo dia em que a revista chegou às bancas, a assessoria de comunicação do Ministério do Esporte contestou a matéria, dizendo que ela suprimiu ''questões essenciais'' e ''priva o leitor de avaliar critica e autonomamente a questão''. Confira a Resposta do Ministério do Esporte à revista Veja:




''O Ministério do Esporte recebeu durante quase um mês os jornalistas da revista Veja para prestar todas as informações necessárias para esclarecer dúvidas sobre o Programa Segundo Tempo. Os repórteres enviaram dois questionários, que foram prontamente atendidos. Na última semana, o ministro Orlando Silva Junior recebeu, em seu gabinete por quase duas horas, o editor e o jornalista que assina a matéria, a fim de dirimir quaisquer dúvidas. Ainda assim, Veja solicitou um encontro com o Secretário Nacional de Esporte Educacional, Julio Filgueira, responsável pelo programa, que por mais duas horas prestou todas as informações detalhadas sobre o programa ao repórter Ricardo Brito. Menos de vinte e quatro horas após esta última conversa, ele voltou a fazer contato com a assessoria do Ministério alegando que seu editor lhe cobrava novos questionamentos e encaminhou, por escrito, perguntas que já haviam sido respondidas anteriormente pelo Ministro e pelo Secretário Nacional.



Novamente as respostas foram prontamente enviadas. Assim, nenhuma pergunta ficou sem resposta, tendo inclusive sido entregues relatórios, planilhas e gráficos que sustentam as informações prestadas, uma vez que o Ministério entende que é dever de um gestor público prestar todos os esclarecimentos à imprensa e à sociedade.



Apesar de tudo isso, a revista Veja publicou na edição desta semana matéria com tom agressivo e sem dar a oportunidade aos seus leitores de conhecer a verdade sobre os questionamentos feitos ao Ministério do Esporte.



Ao contrário, ao suprimir questões essenciais para a compreensão do histórico de implantação e o atual estágio de organização do Programa Segundo, priva o leitor de avaliar critica e autonomamente a questão.



Quem tiver acesso ao conjunto dos documentos e informações prestadas, perceberá que algumas questões ficaram sem resposta:



Por que Veja omitiu, por exemplo, que o Ministério do Esporte tem atuado com rigor em todas as situações que envolvem a execução dos convênios citados?



Por que Veja omitiu que, ao contrário do que diz a matéria, o processo de escolha dos parceiros locais do Programa Segundo Tempo atende a um conjunto de requisitos legais e técnicos devidamente informados e listados ao jornalista?



Por que Veja omitiu que a maioria absoluta dos convênios que visam a implantação do Programa, em todo o país, refere-se a convênios com Estados e Municípios, órgãos governamentais?



Por que Veja omitiu que o conjunto dos convênios relacionados na matéria e objetos de rigorosa apuração não estão mais vigentes, tendo sido suspensos repasses e inclusive denunciados e rescindidos pelo próprio Ministério em períodos muito anteriores à suposta “investigação” do veículo?



Finalmente, por que Veja omitiu todo o processo de qualificação e contínuo aperfeiçoamento a que o Programa Segundo Tempo está submetido? Citamos, por exemplo, a priorização do estabelecimento de parcerias com órgãos públicos, o processo de implantação do Sistema de Controle e Monitoramento e o recente processo de capacitação de coordenadores de núcleos e monitores, onde mais de três mil profissionais foram capacitados e compartilharam das diretrizes gerenciais e pedagógicas do Programa em todo o país.



Seguramente porque a publicação integral das informações prestadas levaria o leitor a crer e confirmar que o Programa Segundo Tempo consolidou-se como projeto de inclusão social através do esporte e cumpre com sua finalidade de atenção à criança e ao adolescente.



A resposta contundente que se pode esperar do Ministério do Esporte nesse momento se materializa nas centenas de milhares de rostos dos beneficiados em todos os estados da federação, nos cerca de quatro mil coordenadores de núcleos – professores de educação física, esporte e pedagogia – e cerca de doze mil estagiários e monitores.''



Da redação, com Veja e agências