Presidente da França critica ação que matou líder das Farc
O presidente francês Nicolas Sarkozy pediu neste sábado (1º) que se leve em conta as ''considerações humanitárias'' na Colômbia, numa reação de crítica à morte do porta-voz das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) pelo exército colombiano. Em
Publicado 01/03/2008 17:02
''A morte de um membro de alto escalão das Farc, Raul Reyes, em operações militares aparentemente direcionadas, acontece num momento crucial, quando todos os esforços deviam ser canalizados para reforçar o impulso positivo que começou com a libertação unilateral de vários reféns'', anunciou à presidência francesa em uma nota.
Apelo ''a todas as partes''
Sarkozy ''apela a todas as partes envolvidas para que defendam as considerações humanitárias, a fim de consolidar a dinâmica em curso e facilitar os esforços para a libertação dos reféns na Colômbia'', afirma o comunicado, divulgado durante visita oficial de Sarkozy à África do Sul.
O governo Sarkozy está implicado na crise colombiana porque Ingrid Betancourt – a mais midiatizada entre os prisioneiros das Farc – possui cidadania francesa (por ter sido casada com um natural daquele país). A ex-candidata presidencial do Partido Verde está presa há seis anos e Sarkozy já se ofereceu até para ir à Colômbia mediar o seu resgate. Na nota de hoje, o presidente francês ''reitera o seu apelo às Farc para que libertem rapidamente a nossa compatriota Ingrid Betancourt''.
Descrito pela mídia internacional como o número dois da guerrilha colombiana, Raul Reyes, foi morto na madrugada deste sábado pelo exército, segundo anunciou em Bogotá o ministro da Defesa Juan Manuel Santos. Ele estava em território equatoriano, o que não impediu que a força aérea da Colômbia bombardeasse seu acampamento, e que suas tropas violassem a fronteira do país vizinho para resgatar os cadáveres.
Comitê pró-Ingrid: ''Inaceitável''
A ação de guerra, dois dias depois da libertação de mais quatro prisioneiros pelas Farc, também causou reações no movimento francês pela libertação de Ingrid. ''Estamos roídos pela inquietação'', disse o porta-voz do Comitê de Apoio a Ingrid. ''Faz meses que pedimos às Farc e ao governo colombiano que dialoguem, e em vez disso eles continuam a se matar. É inaceitável!''.
O porta-voz disse que logo após o anúncio da ação militar Fabrice Delloye, lider do movimento, telefonou a Sarkozy na África do Sul para se informar. O presidente disse que entraria em contato imediatamente com Hugo Chávez – que coordena um esforço de mediação visando o intercâmbio humanitário de prisioneiros.
Da redação, com agências