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Rússia: Medvedev vence como esperado mas o PC surpreende

Os russos elegeram neste domingo (2), como todos previam, Dmitri Medvedev para suceder o presidente Vladimir Putin, também seu grande cabo eleitoral. Mas a supremacia do candidato oficialista ficou aquém do previsto, inclusive nas pesquisas de boca-de-urn

Com 70,6% das urnas apuradas, a última parcial da eleição russa dava a Medvedev 69,2% dos votos úteis, quando a boca-de-urna lhe atribuira mais de 70%. Ziouganov, em segundo lugar, obtinha 18,2% e afiançava o Partido Comunista da Federação Russa (PCFR) como principal força de oposição. O ultranacionalista Vladimir Jirinovski chegou em terceiro, com 9,9% e o resto da votação foi pulverizado.


 


Denúncias de fraude


 


Mas o PCFR, que mobilizou grande número de fiscais para os postos de votação em todo o país, denunciou uma eleição fraudada apesar do favoritismo do vencedor. Ziouganov declarou-se “extremamente preocupado” com as irregularidades em algumas regiões.



Os casos de fraude denunciados são numerosos e variados: enxerto de votos nas urnas, observadores proibidos em alguns lugares, e mesmo trabalhadores de uma cadeia de supermercados obrigados a votar todos juntos, no mesmo local, e ainda a assinar uma lista de presença.



Prevê-se que Medvedev indicará como primeiro ministro ao seu padrinho eleitoral, Putin, que desta forma permanecerá no centro do poder. Espera-se também o prosseguimento da era Putin, iniciada em 2000, com o primeiro dos dois mandatos presidenciais do ex-diretor da KGB.



No plano externo, ela marca posições de rebeldia em relação ao domínio dos Estados Unidos, como aconteceu na invasão do Iraque e na crise da Sérvia-Kossovo. Ao mesmo tempo, internamente, cerceia a liberdade de imprensa, usa autoritariamente a máquina de Estado e governa para os novos-ricos, freqüentemente mafiosos, que formam a classe dominante do capitalismo restaurado.



Da redação, com agências