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Livro diz que Pinochet ordenou a morte de 1º ministro sueco

Uma investigação jornalística aponta que Roberto Thieme, ex-agente da Direção de Inteligência Nacional (Dina) do Chile e genro de Augusto Pinochet, assassinou em 1986 o então primeiro-ministro sueco, Olof Palme, por ordem do ex-ditador chileno. O jornalis

Em entrevista à Agência Efe, Leopold disse que abandonar a chamada “linha chilena” na investigação do caso Palme foi “um grande erro”. O jornalista baseia sua tese em relatórios dos serviços secretos suecos e em material de imprensa. No entanto, a obra de Leopold não oferece detalhes de como o crime foi cometido.


 


A principal base da tese do jornalista são os quatro interrogatórios realizados em 1986 e 1990 com José Jara Rioseco, exilado chileno na Suécia, que se apoiou em uma fonte não revelada para culpar Thieme. As autoridades suecas abandonaram a linha chilena por um erro: havia a crença de que Thieme era um pseudônimo do agente americano da Dina Michael Townley, que já havia tentado matar Palme em 1976 durante uma reunião da Internacional Socialista em Madri.


 


Leopold explica que, quando o ex-primeiro-ministro sueco foi morto, Townley estava detido nos Estados Unidos. A confusão quanto às identidades de ambos nunca foi resolvida pelos investigadores suecos. Naquela época, Rioseco declarou que Thieme estava em Estocolmo quando Palme foi assassinado, na noite de 28 de fevereiro de 1986, quando saía de um cinema de Estocolmo acompanhado de sua mulher e sem seguranças.


 


O crime permanece sem solução após 22 anos. A Suécia de Palme foi um dos principais destinos dos exilados chilenos após o golpe de Pinochet contra o então presidente Salvador Allende em 1973. O ex-primeiro-ministro sueco se opunha veementemente à ditadura no Chile. Em entrevista ao jornal Svenska Dagbladet em 1979, Palme chegou a dizer que sabia desde 1975 que fazia parte de uma “lista suja da junta militar chilena” e que era “a primeira vez que um governo” o ameaçava.


 


Leopold também sustenta em seu livro que havia uma conexão entre os serviços de inteligência do Chile, África do Sul e Estados Unidos. Gene Tatum, ex-agente da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA, denunciou que o órgão encarregou agentes sul-africanos de eliminar Palme. O suposto motivo: Palme não aceitou usar uma estatal sueca para exportar armas ilegalmente para o Irã durante a guerra contra o Iraque.


 


Ex-marido de Lucía Pinochet, filha mais velha do ex-ditador, Thieme foi dirigente do grupo ultranacionalista chileno Pátria e Liberdade, que utilizou o terrorismo para combater o governo de Salvador Allende (1970-1973).