Oposição quer impedir avanços do governo Lula com mais uma CPI
A CPI mista do Cartões Corporativos, que deve iniciar os trabalhos na próxima semana, é mais uma tentativa da oposição de ganhar espaço na mídia para fazer disputa política com o governo. A CPI mista – essa e as outras que foram feitas ao longo dos últ
Publicado 06/03/2008 16:30
“A gente sabe que o jogo da oposição não é saber se um ministro ou servidor fez isso ou aquilo, ela quer saber como atingir o Presidente Lula. Os últimos cinco anos eles tem agido com esse objetivo”, afirmou a parlamentar, acrescentando que “o esforço da base aliada é impedir que a CPI seja transformada em um palco de disputa política”.
Ela diz que existe a preocupação dos governistas de “cuidar para que a imagem e reputação das pessoas não sejam jogadas na lama, que é o que quer a oposição”.
E adiantou que logo que sejam iniciados os trabalhos vai dar entrada em requerimento pedindo informações sobre todos os gastos feitos pelas contas tipo B. Ela lembra que as investigações devem alcançar o período dos últimos três governos – os dois de Fernando Henrique Cardoso e o primeiro do Presidente Lula.
Investigação séria
“O propósito da base aliada é fazer um processo de investigação correta naquilo que há dúvida na sociedade”, disse Perpétua, destacando que “diferente do governo de São Paulo e do governo anterior, boa parte do uso dos recursos dos cartões corporativos está nos sites que a sociedade tem acesso”.
“O PCdoB vai se comportar como sempre se comportou. Vai defender o esclarecimento de toda e qualquer dúvida, num processo de investigação sério, sem se deixar pautar pela briga política, disputa de espaço, guerrinha de quem não está no poder e quer tirar o Presidente Lula do governo”, enfatizou Perpétua.
Sem sentido
Para a deputada Perpétua Almeida, as medidas tomadas pelo governo para dar transparência ao uso dos cartões tornam o assunto irrelevante para uma CPI. Ela lembrou que existe uma parcela da própria mídia que admite que o assunto é menor e que as falhas poderiam ser consertadas com a regulamentação do uso dos cartões.
A escolha do tema, para “alimentar” a disputa política, é defendida por outra parcela da mídia – porta-voz da oposição – “que quer a todo custo colocar a pauta negativa no Congresso para encurralar o governo”, destaca Perpétua, lembrando ainda que a mídia deixa, com isso, de discutir assuntos de interesse do país como a reforma tributária e política.
“A oposição não quer e não está preocupada em fazer investigação séria. O esforço dela é para não destrancar a pauta do Congresso, para que não se vote nada e nem se avance nas propostas do governo de interesse do país”, diz a parlamentar. Ela lembra que “eles conseguiram atrasar até o início dos trabalhos da CPI, o que demonstra que eles não estavam interessados em investigar, mas em fazer “fita” com nome de pessoas importantes, tentando desgastar o governo na mídia, porque se tivessem interesse nas investigações teriam começado logo que o líder do governo deu entrada no requerimento de criação da CPI”.
Fato determinado
Em entrevista nesta quinta-feira (6), a presidente da CPI mista, Marisa Serrano (PSDB-MS), disse que os trabalhos devem começar com as convocações do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Walton Alencar Rodrigues, e o ministro da Corregedoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage.
Para Marisa Serrano não dá para começar as investigações pelo início da criação dos cartões corporativos, em 1998, uma vez que não existe qualquer denúncia que justifique essas diligências.
Sigilo e segurança nacional
A senadora Marisa Serrano disse que caberá ao plenário da comissão definir os limites e a forma como serão tratados os documentos considerados sigilosos ou de segurança nacional, que porventura sejam solicitados ao governo. Entre a documentação estão gastos da Presidência da República.
Ela disse que na qualidade de Presidente da comissão de inquérito está comprometida em cumprir o que determina a lei, no que diz respeito a esse material. “Documento sigiloso terá que ser tratado como sigiloso, temos uma lei que trata disso e nosso regimento interno diz que o parlamentar que vazar informações deste teor, requeridas por uma CPI, está sujeito a processo de cassação de mandato por quebra de decoro”, afirmou.
Entre os requerimentos que considera como certos de serem investigados pela CPMI, Marisa Serrano cita os saques realizados na boca do caixa com cartões corporativos e as contas tipo B, também utilizadas para pequenas despesas.
De Brasília
Márcia Xavier
Com agências