Tasso defende prévias no PSDB e nega imposição da candidatura Serra
O senador Tasso Jereissati (CE) defendeu hoje a realização de prévias para a escolha do candidato a presidente de 2010. Hoje, o partido tem três pré-candidatos: os governadores José Serra (SP), Aécio Neves (MG), além do senador Arthur Virgílio (AM), cu
Publicado 06/03/2008 20:36
“Eu defendo as prévias. Se acontecessem prévias, acho que estão aí as eleições provando isso”, disse ele hoje após encontro com Aécio.
Tasso negou que a ala paulista do PSDB já tenha imposto ao partido a candidatura de Serra. “Acho que o PSDB, hoje, é um partido nacional. Um partido com visão nacional, de Brasil, visão de país e não tem a visão de um só Estado. No início, o PSDB realmente nasceu com as lideranças paulistas como principais lideranças. Hoje não é mais assim e o Aécio é uma prova disso”, afirmou o ex-presidente do PSDB.
Em mensagem eletrônica enviada para os assinantes do seu “ex-blog”, o prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), afirma que a ala paulista do PSDB já está preparando a candidatura do governador de São Paulo, José Serra, para a Presidência, em 2010. E sugeriu que o PSDB fluminense também apóia o nome do governador de São Paulo.
O prefeito do Rio –que talvez seja o último brasileiro que ainda acredita que o PPS é um partido de esquerda– afirma que esse grupo do PSDB pretende formar uma “aliança de esquerda” em torno de Serra. Para isso, poderia buscar um vice dentro do PPS. “Nas últimas semanas esse mesmo movimento desse mesmo grupo voltou a crescer, e sua estratégia é já conhecida. Formar a chapa Serra com vice do PPS, empurrar a candidatura para a 'esquerda' e nesta faixa fechar os espaços para a candidatura do PT, que não podendo ser o Lula, terá este perfil. Da mesma maneira fechar o caminho de Ciro Gomes para a centro-esquerda”, especula Maia. Vale lembrar que o prefeito do Rio errou praticamente todas as previsões “eleitorais” que fez em 2006, quando apostou todas as suas fichas na candidata do PPS (Denise Frossard) ao governo do Rio e viu a candidatura dela naufragar no segundo turno.
Fator Aécio
Marotamente, Maia esquece de comentar o “efeito Aécio”, pois sabe que a movimentação de bastidores do governador mineiro está tirando o sono de José Serra.
O jornal O Estado de S. Paulo publicou nesta quinta-feira (6) uma matéria na qual relata um encontro mantido pelo governador Aécio Neves com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Na reunião, ocorrida na casa do ex-deputado Jorge Yunes, em São Paulo, também estavam preentes o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e o ex-deputado Delfim Netto.
Segundo a matéria, a prioridade de Aécio é obter a nomeação como candidato à presidência pelo PSDB com a perspectiva concreta de ter o PMDB como aliado preferencial. Segundo disseram fontes peemedebistas com acesso a detalhes da conversa, Aécio indicou que gostaria de ter “suporte” do PMDB, na hipótese de que sua candidatura pelo PSDB seja inviabilizada na disputa com o governador paulista, José Serra. De acordo com essas fontes, o governador “fala realisticamente” de uma candidatura pelo PSDB e na “construção de um projeto nacional”.
Os peemedebistas saíram do jantar certos de que Aécio botou a candidatura na rua e está conversando com um amplo espectro de forças partidárias, mas avalia como indispensável ter o PMDB do seu lado como opção de aliado ou mesmo suporte.
O governador avalia que o Brasil se tornou um país otimista e dificilmente vão prosperar candidaturas de oposição radical ao governo Lula. Daí a sua definição de “candidato pós-Lula” – que o PMDB pode assegurar -, não de “anti-Lula”, que se caracterizaria por uma aliança com o DEM. Ou seja, ele faz jogo oposto ao de Serra, que tem na parceria com o DEM a sua prioridade.
Da redação,
com agências