Debate reacende polêmicas sobre o PDDU de Salvador

Mesmo com a aprovação e sanção do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Salvador, as discussões sobre o tema ainda não acabaram. O vereador Everaldo Augusto, em parceria com o deputado estadual Javier Alfaya, ambos do PCdoB, promoveu nesta qui

O encontro aconteceu no auditório do Edifício Bahia Center, no Centro, e atraiu diversos estudantes de turismo, ambientalistas, arquitetos e curiosos. Foram convidados para debater o assunto o coordenador de Revitalização do Comércio, Marcos Cidreira, o presidente regional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Paulo Ormindo e o superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leonardo Falangola. Por motivos de saúde, Paulo Ormindo não pode comparecer ao debate. Já Leonardo Falangola precisou viajar as pressas para uma reunião do Instituto em Brasília. Mas a ausência dos debatedores não prejudicou as discussões, mediadas por Everaldo Augusto.


 


O vereador abriu o debate explicando o que é o PDDU e relembrou as críticas que o projeto recebeu de diversos setores da sociedade desde a sua concepção. Votado em regime de urgência, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano possui 337 artigos, que foram pouco debatidos entre os vereadores. 14 vereadores da bancada de oposição produziram a maior obstrução já vista na Câmara de Salvador, mas a maioria construída pelo prefeito João Henrique acabou aprovando o projeto.


 


Entre os pontos mais polêmicos do PDDU está a elevação do gabarito no Comércio, de 11 para 13 andares. “Há uma proposta de intervenções imobiliárias e turísticas na região, mas a intervenção será feita numa área tombada. É inegável que existe um grande impacto econômico nisso tudo, mas o custo social será muito grande”, afirma Everaldo Augusto. 


 


O vereador se referiu a construção do hotel Hilton Salvador, que será instalado em um edifício antigo, nas imediações do Mercado Modelo. Durante o debate o coordenador de Revitalização do Comércio, Marcos Cidreira, divulgou um oficio enviado pelo Iphan ao Governo do Estado e à Prefeitura de Salvador autorizando os 13 andares do Hilton, que acabou gerando a emenda de elevação o gabarito do Comércio do PDDU. Para Marcos Cidreira, a chegada do Hilton à Salvador será um avanço na economia baiana, gerando emprego e renda para a população. “Nós temos diversos projetos de revitalização para o Comércio. Há três anos esses trabalhos vêm sendo realizados. Portanto, é melhor perder “1 centímetro” de vista para o mar, do que deixar de gerar emprego e desenvolvimento econômico na cidade”, defende.


 


A opinião do coordenador gerou polêmica entre o público presente. Alguns contra, outros a favor, todos tiveram espaço para opinar. O representante da Secretaria Municipal de Relações Internacionais, Ricardo Andrade, aprovou a elevação do gabarito. “Não temos que ter medo do desenvolvimento. A cidade está vivendo em ruínas. A gente quer e precisa de desenvolvimento econômico”, afirmou.


 


Já Grassa Felizola, diretora regional da FEEB BA/SE, afirmou ser contra a elevação do gabarito. “É importante falar de revitalização. Todo mundo quer o melhor para os baianos. Mas a prefeitura não da estrutura para a cidade. A gente só vê ganância por dinheiro. A gente quer emprego sim, e não subemprego”, disse.


 


Para Everaldo Augusto o processo de revitalização do Comércio é de suma importância para a cidade, mas os aspectos cultural e histórico do local devem ser mantidos. “O Hilton vai trazer desenvolvimento econômico para a cidade, mas nós vamos ter que pagar caro por isso. É importante preservar para que a gente não perca as características próprias da cidade. Uma convivência com a paisagem arquitetônica, cultural e histórica da cidade”, finaliza o vereador.


 


Fonte: Assessoria de Comunicação do vereador Everaldo Augusto