CTB divulga nota de solidariedade a Paulinho e à Força Sindical
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB) divulgou neste sábado (8) uma nota na qual manifesta sua discordância com a forma adotada pela mídia para tratar dos convênios envolvendo o governo federal, a central Força Sindical e seu pres
Publicado 08/03/2008 17:17
“A liberdade de expressão é indispensável ao exercício da democracia, mas não é um direito hierarquicamente superior aos demais direitos e garantias individuais e coletivas. Na Constituição, está no mesmo patamar que o direito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas. Todos igualmente invioláveis e indispensáveis. É preciso haver um equilíbrio entre eles”, diz a nota da CTB, assinada pelo presidente da central, Wagner Gomes.
O documento diz anida que a CTB entende que democracia é, acima de tudo, reconhecer os direitos do outro, ao contraditório, à visão oposta. “Os trabalhadores brasileiros precisam ser ouvidos e, neste caso em particular, é preciso lembrar que a mídia tem o dever de fazer uma cobertura isenta e plural a fim de que outros interesses não prevaleçam sobre os fatos. As centrais sindicais são expressão da democracia, ao representar os trabalhadores, e como tal precisam ser tratadas”, diz.
Paulinho: ações contra a Folha e a Globo
Nesta semana, o presidente da Força Sindical reagiu com veêmencia contra as acusações lançadas pela mídia contra a central que ele dirige e contra o PDT, partido ao qual Paulinho é filiado.
O deputado confirmou a intenção de processar, em vários Estados, os jornais Folha de S.Paulo e O Globo, que publicaram reportagens sobre o suposto repasse irregular de dinheiro do Ministério do Trabalho, ocupado por Carlos Lupi (PDT), à Força Sindical. A estratégia é a mesma usada pela Igreja Universal do Reino de Deus em processos contra a Folha de S.Paulo. “Mas não vamos fazer como a Universal. Vamos assumir as ações. Seremos nós mesmos que entraremos com as ações (no caso da Universal, as ações foram propostas por fiéis)”, disse.
O deputado argumentou que a Força Sindical foi prejudicada em todo o País pelas matérias veiculadas na imprensa. Por isso a decisão, que será analisada na segunda-feira, de processar os jornais em vários Estados. “Todos os dias tem gente me cobrando e eu tenho que ficar explicando. Como vou me defender? E a Folha vai para todo o País”, reclamou. “É um dano irreparável. Não tem dinheiro que pague. Eu queria apenas poder me defender”, prosseguiu.
De acordo com as reportagens, 12 convênios do ministério com a Força Sindical e pessoas ligadas ao PDT estariam sob suspeita. Além disso, o Ministério do Trabalho pretendia repassar R$ 7 milhões à Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), ligada à Força, para a recolocação de mão-de-obra em São Paulo. O valor, segundo a Folha, seria 97% maior que o gasto pelo governo paulista. O deputado rebateu as denúncias. Afirmou que a Força Sindical não tem convênios com o governo desde 2002 e que o repasse de recursos para a CNTM era apenas uma proposta.
Em carta dirigida à Folha, Paulinho argumenta ainda que muitas vezes foi duramente criticado pelo jornal por determinadas posições políticas. “Aceitei as críticas por acreditar que o debate de idéias e o contraditório estão na base da democracia. Mas como aceitar as mentiras e os erros propagados por este repórter (Fernando Canzian)? Ele insiste em repetir, como uma espécie de Goebbels, as mesmas mentiras que tenta transformar em verdade”.
“Tanto a CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), quanto o Ministério do Trabalho já esclareceram o assunto, mas a Folha insiste em repetir que o valor é “superfaturado”. Pior: vários jornais copiaram a Folha e repetiram o erro brutal!”, protesta Paulinho, referindo-se à informação da Folha de que a CNTM teria superfaturado o valor de uma proposta de convênio com o Ministério.
“Todo mundo sabe o quanto é difícil, para uma personalidade pública, entrar com ações judiciais contra órgãos de imprensa. Ficam marcadas para o resto da vida. Apesar disso, estou, sim, buscando reparações judiciais para evitar o linchamento público de minha pessoa e da entidade que presido, assim como dos mais de mil sindicatos filiados”, protesta Paulinho.