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Mino Carta, ex-editor da Veja, se solidariza com Nassif

O jornalista Mino Carta, considerado um dos mais importantes jornalistas do país e que já esteve à frente de importantes publicações, como Quatro Rodas, Jornal da Tarde, Jornal da República, Veja e IstoÉ, publicou na edição desta semana da revista Cart

Veja, abaixo, a íntegra do artigo:


 



Luis Nassif e o Dossiê Veja


 


O estudo das atividades político-comerciais da revista Veja, que seu autor, Luis Nassif, batizou dossiê, causa a repercussão merecida. Antes de mais nada, porque Nassif pertence à restrita categoria dos jornalistas habilitados a diferenciar a verdade factual das suas opiniões e venetas de cada dia.



Ou por outra: bem ao contrário de alguns freqüentadores das páginas da semanal da Editora Abril, Nassif não acusa sem prova e muito menos calunia. No canto oposto, está uma publicação que se esmera em comportamentos reacionários de extrema agressividade, mascarada de denúncia das mazelas do mundo, a transitar, de fato, entre o provincianismo do falso intelectual e o furor do recalcado.



Veja porta-se como se estivesse acima da verdade factual. Quem sabe, Roberto Civita seja tentado a dizer, com a candura de quem alimenta apenas certezas, “a verdade sou eu”. Mas o dossiê de Luis Nassif desfia tramas variadas, urdidas pela Editora Abril a serviço de insondáveis cruzadas contra o senso comum, a inteligência e a ética. E a própria história (com H grande).



Há algo de insano nas atitudes de Veja. Certo é, porém, que Luis Nassif não precisa de apoio para conduzir seu estudo. Trata-se de um profissional talentoso, competente, responsável e de estilo próprio. De minha parte, limito-me a lamentar a parábola da revista, esta frase descendente a mirar no fundo do poço. Haverá quem alegue sua elevadíssima tiragem para demonstrar-lhe o êxito. No entanto, cabe outro ponto de vista: demonstra a confusão reinante na chamada classe média brasileira.



Neste sentido, a mídia nativa, rosto tradicional do poder, continua empenhada na permanência das coisas como estão para ver como ficam. Quem milita do lado contrário é posto em questão. Uma nota na coluna social do Estadão de quarta 5 chamou-me a atenção. Fala-se ali, neste espaço destinado a contar as pífias aventuras de um punhado de pessoas, sempre e sempre as mesmas, de uma reunião que se daria em São Paulo, no sábado 8, entre figuras do jornalismo alternativo ( a palavra é esta) para debater a formação de uma “frente única”.



Frente de qual guerra? A coluna bondosamente me inclui entre os participantes, e tudo foi surpresas para mim. Nada sei de reunião e de frente única, e estou longe de ser “alternativo”, como não o são os demais citados, entre eles os professores Emir Sader e Luiz Gonzaga Belluzzo, e jornalistas do porte de Raimundo Pereira e Luis Nassif. Não exageremos, porém, em espantos. Coluna social sumiu da imprensa contemporânea do mundo faz mais de cem anos. O provincianismo, na sua manifestação mais medíocre, ou mesmo ridícula, impera nestes espaços indestrutíveis em jornalões e revistas especializadas, bem como nas páginas de Veja.


 



Clique aqui para ler o ''dossiê Veja'':
http://luis.nassif.googlepages.com/home


 


Clique aqui para ler a entrevista de Nassif no Vermelho: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=33563