Plenária do Cebrapaz em Minas denuncia agressão de Uribe
A plenária estava marcada para ser um evento preparatório para a
Conferência Mundial da Paz, em Caracas, mas acabou se transformando em
um ato de repúdio ao governo da Colômbia, comandado pelos Estados
Unidos, pela invasão do território equator
Publicado 08/03/2008 13:07 | Editado 04/03/2020 16:52
O coordenador do Cebrapaz em Minas, Sérgio Danilo, explicou na abertura do evento que a entidade organiza, em conjunto com outras organizações do movimento social, uma delegação brasileira para a próxima Conferência Mundial da Paz, em Caracas, de 8 a 13 de abril deste ano.
O CMP é um movimento internacional de massas de caráter antiimperialista, democrático e independente. Suas origens se remetem ao final da Segunda Guerra Mundial, quando diversos intelectuais, artistas, cientistas e militantes da luta pela paz, como Juan Marinelo, Pablo Picasso, Graciliano Ramos, entre outros, organizaram o Congresso Mundial dos Partidários da Paz, celebrado em Paris, em abril de 1949. O Cebrapaz é o representante do CMP no Brasil.
Oportunidade
O Jornalista e dirigente do PCdoB, José Reinaldo de Carvalho, contou que as atividades que estão acontecendo no Brasil inteiro em defesa da paz estão servindo para denunciar a prática guerreira do governo de George Bush e sua última ação. Para ele, na nossa região, o presidente dos Estados Unidos se utiliza do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, “como um lacaio dos seus interesses, para aplicar aqui a sua tática de guerra preventiva”.
José Reinaldo, que exerce a função de Relações Internacionais do Comitê Central do PCdoB, lançou no encontro a nova edição dos “Cadernos Cebrapaz”, com o livro “O Antiimperialismo – caminho para a libertação dos povos”, de sua autoria. Segundo ele, esta agressão praticada pela Colômbia comprova que hoje a palavra paz tem um caráter revolucionário. “Nossa luta se expressa na luta pela paz”.
Os mais de cem participantes acompanharam atentos ao relato que se seguiu sobre a história do conflito nas montanhas da Colômbia, que já dura mais de 40 anos. Para Carvalho, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) são um partido político e militar, que têm um programa político.
“Podem discutir o caráter da sua luta, mas nada pode justificar invadir um outro país irmão”, se referindo a atitude de Uribe na última semana. O comunista defendeu que os lutadores pela paz de todo o mundo têm que prestar solidariedade ao governo e ao povo equatoriano, assim como para as Farc.
Solidariedade
Outra que falou de solidariedade na plenária foi a presidente da Associação José Marti, a também jornalista Míriam Gontijo. “Cada vez mais a solidariedade é colocada como contraponto ao imperialismo”, disse.
Já o deputado estadual Carlin Moura (PCdoB) lembrou que imperialismo sempre apelou para o autoritarismo para impor seus interesses na América Latina e no mundo todo. “No momento em que governos progressistas ganham cada vez mais força na nossa região eles recorrem novamente”.
O parlamentar se referiu à invasão do território equatoriano pelo governo Uribe como mais um ato guerreiro financiado e executado pelo governo Bush. “Uribe praticou a serviço dos Estados Unidos um ato de guerra com um país irmão e o povo brasileiro que tem uma tradição pacifista manifesta aqui contra esta agressão”.
Além de lotar o auditório do Sindicato, a atividade contou com uma representativa participação de entidades do movimento social e político da cidade, como os vereadores em Belo Horizonte, Paulão e Maria Lúcia Scarpelli (PCdoB).