A Rita

Brasília sempre foi uma desilusão para muitos e um grande sonho para outros. Mas no caso da deputada federal, Rita Camata (PMDB/ES), chega a ser engraçado que ela diga que está desiludida com a capital federal. Ela não é novata por lá, conhece bem o lo

Corre à boca miúda que Rita estaria mesmo voltando ao Estado para se apresentar mais aos capixabas. Ficar mais próxima. Aparecer mais. Ou em resumo: colar sua imagem à do Governo e à do governador Paulo Hartung (PMDB/ES) para que amanhã, se ela vir a aparecer bem nas pesquisas de sucessão, nenhum de nós possa dizer por aí que ela estava tão distante do Espírito Santo e deste processo de reconstrução estadual que não mereça um voto para governadora.


 


A quase certa entrada da deputada peemedebista na secretaria de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano nas próximas semanas no lugar de Rodrigo Chamoun – que vai se desincompatibilizar para disputar a prefeitura de Guarapari – pode abrir o leque dos nomes à sucessão em 2010. Aliás, nome que o próprio governador deixou escapar em uma entrevista. Quando perguntado sobre nomes para sucedê-lo, ele citou a Rita Camata.


 


Mulher do senador bom de voto Gerson Camata, mas também com cacife eleitoral próprio, Rita pode ser um nome que vai despontar forte dentro do PMDB para 2010. Neste caso ela poderia trilhar vários caminhos, sendo dois bem prováveis: ou uma composição com o PSDB – do vice-governador Ricardo Ferraço – ou com o PT do prefeito de Vitória, João Coser. Na verdade o caminho dela depende dele, Paulo Hartung.


 


Não se sabe como o governador vai jogar em 2010, se apoiando o vice-governador ou construindo um outro nome para sucedê-lo.  No primeiro caso o PMDB comporia com o PSDB e aí indicaria o nome do vice. No caso da segunda hipótese o nome poderia surgir de dentro de uma composição PMDB/PT. Dos petistas, o nome seria Coser. Dos peemedebistas ou o Lelo ou a Rita, sendo que, com o PT, um dos dois poderia ocupar a cabeça de chapa, coisa impossível em uma coligação com os tucanos.


 


O apoio do governador a um nome sucessor só se definirá lá na frente e com pesquisa nas mãos. Até então, todo mundo tem direito de se movimentar em busca de chegar melhor posicionado. As eleições deste ano ajudarão muito. Quem se articular melhor e ganhar mais aliados e prefeituras, sai na frente.


 


Por isso Ricardo Ferraço trabalha tanto. O governador lhe deu liberdade para se movimentar. Mas isso não significa que os adversários não possam também. E nesse caso o adversário, ou aliado, tanto de Coser quanto Ricardo pode estar dentro do próprio PMDB. E pode ser a Rita.


 


A quem aposte que Hartung tenha preferência pelo Ricardo. A quem aposte que o governador trabalha para agradar o PMDB e o PT, criando uma junção e um nome para um confronto com os tucanos.


 


Seria uma briga bonita. De um lado um candidato do PMDB/PT; do outro lado Ricardo segurando a bandeira do PSDB/DEM. E o governador? Bem, como todos são aliados, ele seria obrigado a ficar neutro na disputa.


 


Fato é que a volta de Rita Camata ao Estado não é por acaso. É caso pensado por ela mesma e por outros caciques políticos estaduais também. Ela pode começar a ser trabalhada e não será novidade que surja como um bom nome para 2010.


 


*Ilauro Oliveira é graduado em História e editor do portal www.atenasnoticias.com.br  .





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