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MST ocupa fazenda em SP e antecipa Abril Vermelho

Cerca de 80 agricultores ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam neste domingo (30) a Fazenda Santa Lourdes, localizada no município de Flora Rica, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo, região com

A ocupação foi pacífica e o grupo ergueu 40 barracos. Eles chegaram em dois ônibus, caminhões e carros. “A ocupação é um repúdio ao projeto de lei do governador José Serra (PSDB), que, na verdade, privatiza terras públicas destinadas para a reforma agrária”, afirmou Sérgio Pantaleão, coordenador do MST.



A Fazenda Santa Lourdes já foi vistoriada pelo Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e, segundo o coordenador, a área é devoluta. “É uma terra improdutiva, com pasto e cana”, disse, acrescentando que não há gado. É a terceira vez que a fazenda é ocupada. A segunda ocupação ocorreu durante o Carnaval Vermelho deste ano.



Na primeira semana de abril, a previsão é de que os sem-terra ocuparão pelos menos mais quatro fazendas. “Vamos agir como a galinha: de grão em grão”, contou Pantaleão. No Pontal, pelo menos 2 mil famílias estão acampadas em acostamentos de estradas esperando por um pedaço de terra.



Plano de Serra



Com o Abril Vermelho, mês já tradicional de mobilização do MST paulista, os sem-terra prometem pressionar “com toda força” o governo de São Paulo.



O objetivo é evitar a aprovação do projeto do governador José Serra (PSDB) que prevê a regularização das fazendas com mais de 500 hectares na região.



As terras foram tidas como devolutas pelo governo estadual que entrou com ações discriminatórias, buscando sua retomada. Os sem-terra querem a destinação das áreas para assentamentos da reforma agrária. No entanto, os fazendeiros alegam ter títulos de propriedade das terras e a discussão se prolonga na Justiça. O projeto do governador, que aguarda votação na Assembléia Legislativa, prevê a realização de acordos judiciais para pôr fim à disputa.



O coordenador estadual do MST, Clédson Mendes, disse que o projeto equivale a uma privatização de terras públicas. “Ao invés de investir em assentamentos, ele entrega as terras para o agronegócio”, protesta.



Da redação,
com agências