Organizações protestarão contra ação policial no Rio de Janeiro
Nesta segunda-feira (31), a Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência e o Grupo Tortura Nunca Mais organizam uma manifestação, em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, para pressionar por justiça na audiência sobre a ameaça do coronel
Publicado 30/03/2008 20:57
A manifestação é resultado de uma ação ocorrida no dia 17 de outubro de 2007, quando moradores da favela da Providência realizavam uma manifestação contra a violência e abusos policiais dos quais estavam sendo vítimas, através do Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais (Gpae). Os manifestantes saíram da Providência em direção à Central do Brasil. Ao chegarem ao local, uma barreira policial os impedia de passar, dizendo haver uma lei que proibia protestos no local.
No momento, a militante Patrícia de Oliveira pediu ao policial que apresentasse uma cópia da lei. Nesse momento, um coronel da PM se dirigiu violentamente a Patrícia. Ela, acompanhada de testemunhas, foi até a 4ª Delegacia de Polícia (Praça da República) e registrou queixa de ameaça por parte do policial.
“A atitude deste coronel, tendo em vista o posto que ocupa, é extremamente grave e é um exemplo claro da intimidação pela violência contra os movimentos populares e seus militantes, bem como contra a população pobre em geral”, disse a Rede.
A queixa registrada por Patrícia contra o coronel, que é comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar (Praça da Harmonia), deu início a um procedimento investigativo e a um processo (nº 2007.800.190960-0) por ameaça no 2º Juizado Especial Criminal do Rio de Janeiro.
Em nota, a Rede disse entender a ameaça sofrida por Patrícia como um fato que atesta “que a ditadura (militar) na verdade continua, sob formas diferentes e sob novas maquiagens. A favela da Providência, cujos moradores se manifestaram naquele dia 17/10, encontra-se atualmente ocupada permanentemente por soldados do Exército”.
A ocupação tem como pretexto a proteção de uma obra que está sendo executada na comunidade. Mas a Rede denunciou que inúmeros casos de abusos, devido a essa ocupação do exército, chegaram ao conhecimento da instituição.
Fonte: Adital