Argentina: governo tenta nova negociação com ruralistas
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se reuniu nesta segunda-feira (31) na Casa Rosada com pequenos e médios produtores, na tentativa de dar fim à paralisação que há 20 dias prejudica o abastecimento de alimentos no país. O movimento iniciado por
Publicado 01/04/2008 10:51
As entidades camponesas são a favor das retenções, que são o motivo do protesto dos produtores. O governo argentino disse que a negociação desta segunda-feira – com representantes da Sociedade Rural da Argentina, Confederação Intercooperativa Agropecuária Cooperativa Limitada, Federação Agrária Argentina e Confederações Rurais Argentinas – será direcionada para melhorar a rentabilidade dos produtores, mas esses não estão satisfeitos com as propostas de Cristina.
Os produtores que possuem entre 400 e 500 hectares são o objeto de negociação do governo. Assim, serão apresentadas propostas como aumento do subsídio para o frete, abertura do registro do trigo e permissão para exportação de mais carne, para compensarem o aumento das retenções.
Em nota, os produtores rurais disseram estar dispostos a dialogar e pediram “a normal circulação de produtos lácteos e seus derivados e a flexibilização do trânsito de outros produtos perecíveis, como frutas e hortaliças, nas estradas do país”. E acrescentaram: a Nação inteira espera gestos do campo e do governo que assegurem a paz, o acordo, a tranqüilidade e o trabalho de todos os argentinos.
Golpismo
Na próxima quarta-feira, os presidentes das entidades do campo irão se reunir para avaliar o alcance da paralisação e seus resultados. Em protesto contra a paralisação, realizado na última quinta-feira (27), as Mães da Praça de Maio disseram que essa paralisação é “golpista da oligarquia agropecuária, que são os mesmos que em 1976 promoveram a ditadura cívico-militar”.
De acordo com os movimentos camponeses, os promotores da paralisação são os empresários do campo, que nos últimos aos têm sido os maiores beneficiados com a alta do dólar. A retenção das exportações permitirá que o preço dos alimentos fique mais acessível ao povo.
Para os camponeses, a única saída para real para o campo é promover a reforma agrária, a expropriação da propriedade agrária e repassar as terras para os verdadeiros pequenos camponeses desalojados pela soja.
Fonte: Agência Adital
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