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Sérgio Cabral pede que médicos deixem de “lengalenga”

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, criticou na manhã de hoje o sindicato dos médicos, que informou na segunda-feira que deve entrar com uma ação contra a medida da Secretaria Estadual de Saúde de convocar pediatras de outros Estados para tr

O governador Sérgio Cabral afirmou que a prefeitura do Rio deveria fazer com que a rede de postos de saúde fique aberta no final de semana. Ele também comentou que seria fundamental que pelo menos metade dos postos de saúde da cidade pudessem ficar abertos 24 horas.



“Nós estamos abrindo 90 leitos do Hospital Anchieta e vamos comprar cerca de 150 leitos da Santa Casa da Misericórdia. Temos uma carência de leitos. A prefeitura do Rio tem mais de 100 postos, se pelo menos metade dessas unidades ficassem abertas durante 24 horas e ao longo dos sete dias da semana, já ajudaria. Nós já abrimos cinco unidades mais parrudas”, afirmou Cabral.



O governador ainda agradeceu a médicos de outras especialidades que estão se empenhando e à Sociedade de Pediatria, que tem treinado os profissionais para enfrentar a epidemia.



“Salários” diferentes



O presidente do sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, diz que os baixos salários e as condições inadequadas de trabalho afastaram os profissionais da rede pública. Para reduzir o déficit, a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil anunciou que vai contratar pediatras de outros Estados.



Darze reclama do valor que será pago, segundo ele, três vezes maior do que o salário recebido pelos profissionais do Rio. “Estão oferecendo uma diária de R$ 500, além de passagens e hospedagem, enquanto os profissionais do Estado ganham R$ 1,3 mil por mês. É o neoescravagismo”, comenta.



Para Darze, a grande demanda fez explodir os problemas da rede pública. Ele afirma que a doença disseca a crise na saúde pública, com a falta de médicos e de estrutura nos hospitais para receber os doentes.


 


Responsabilidades


 


O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defende “fortemente (a abertura de) inquérito para definir responsabilidades” sobre a epidemia de dengue que assola o Rio de Janeiro.


 


Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou as três esferas do poder (municipal, estadual e federal) pela epidemia de dengue no Rio.


 


O ministro reconhece o “momento crítico”. Mais do que isso, quando questionado se o Rio de Janeiro vive hoje uma epidemia, Temporão é taxativo: “Claro que é uma epidemia! Digo isso desde outubro do ano passado.”


 


Convocadas para ajudar no atendimento a pacientes com dengue, as Forças Armadas instalaram também na segunda-feira, 31, hospitais de campanha na cidade do Rio de Janeiro. Ao todo, são quatro, espalhados pelo município. O ministro José Gomes Temporão definiu a estratégia da instalação desses hospitais: “Os hospitais de campanha são importantes para reduzir o tempo de espera da população. Fazer o diagnóstico mais precoce, o atendimento mais precoce e reduzir o número de óbitos.”


 


Redação Terra