Em 2004, Álvaro Dias vazou informações da CPI da Terra
O comportamento recente do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), suspeito de vazamento de informações sigilosas da Casa Civil, não é novo. Em outubro de 2004, quando foi presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra, ele foi denunci
Publicado 06/04/2008 19:14
Quem fez a denúncia na época foi o deputado federal e relator da CPMI da Terra, João Alfredo (PT-CE). As informações tratavam sobre notas fiscais e contas bancárias da Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (Concrav).
Pelo que foi apontado na nota enviada à imprensa e assinada pelo deputado, o senador teria usado de má fé ao repassar as informações que foram fontes de notícias nos dois maiores jornais de circulação nacional, a Folha de São Paulo e o Correio Brasiliense. As matérias veiculadas na imprensa tinham como manchetes: ''MST movimentou R$ 30 mi em seis anos'' e ''MST no alvo da CPI da Terra''. Conforme noticiado nos dois jornais, trata-se de um ''Relatório Parcial'' sobre a CPMI.
''Tal relatório evidencia a parcialidade com que o Presidente da Comissão trata do tema, vez que, além de não abordar a problemática da violência no campo passa ao largo dos dados fiscais e bancários do Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, entidade notoriamente vinculada aos ruralistas'', disse João Alfredo no período.
Ele ainda disse que, quando procedeu desta maneira, o Senador Álvaro Dias distanciou-se dos objetivos iniciais da CPMI, que eram traçar um diagnóstico sobre a situação fundiária do país e apresentar propostas para a superação da violência e da injustiça social no campo brasileiro.
Em nota enviada à imprensa, João Alfredo chamou a atenção para o fato de que o documento contendo as informações foi passado primeiramente para a imprensa e, só no dia seguinte, foi apresentado aos 24 membros que compõem a Comissão e enfatiza a sessão da CPMI que deliberou sobre os sigilos da Concrab, Anca e Senar apenas autorizou a transferência, e não a divulgação dos dados.
Em repercussão ao vazamento de informações sigilosas da CPMI da Terra foi entregue aos presidentes da Câmara e do Senado, representação contra o senador Álvaro Dias. A representação foi protocolada no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal.