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Bolívia estuda nacionalizar fábricas de soja do país

O presidente da Bolívia Evo Morales afirmou que pode vir a nacionalizar as esmagadoras do país se o preço do óleo de soja no mercado interno não baixar. Ele proibiu no mês passado a exportação de óleo comestível e agora acusa as empresas de suspender a pr

“Se não [baixarem os preços], vamos nacionalizar essas fábricas de óleo de soja. Não é possível que existam fábricas como essas para castigar o povo. O Estado subsidia a produção de soja. E, com esses subsídios, eles [os empresários] castigam o povo ” , afirmou.



O governo pretende forçar a queda dos preços praticados na Bolívia para menos de 10 bolivianos (cerca de R$ 2,25) antes de liberar as exportações. Antes da suspensão das vendas para o exterior, o litro de óleo de soja na Bolívia chegou a 18 bolivianos. Segundo jornais bolivianos, ontem o litro podia ser encontrado a pouco mais de 11 bolivianos.



Estimativas do Ministério da Agricultura da Bolívia dão conta de que nos meses de janeiro e fevereiro o país exportou 366 mil toneladas de óleo de soja. Com as exportações suspensas desde meados de março, os fabricantes de óleo de soja, transportadores e comerciantes do produto afirmam que já contabilizam prejuízos acima de US$ 120 milhões.



Reação da direita



A produção de óleo é dominada por três companhias no país: uma controlada pela norte-americana ADM; outra pelo grupo peruano Romero; e outra pelo grupo boliviano Marinkovic, presidido por Branko Marinkovic, um dos principais líderes da campanha de autonomia do Departamento de Santa Cruz.



O conflito entre o governo e empresários de Santa Cruz e Cochabamba ganha maior tensão à medida que se aproximam os plebiscitos sobre maior autonomia, convocado pelos governadores de oposição para o mês que vem.



Os principais mercados para o óleo de soja boliviano são os países da Comunidade Andina de Nações (CAN) – Colômbia, Peru e Equador -, além da Venezuela, que deixou recentemente a CAN, e o Chile, país com relações tumultuadas com a Bolívia. A soja é a principal commodity agrícola do país, o nono maior produtor mundial, colhendo 1,7 milhão de tonelada de soja anualmente. O Brasil produz 60 milhões de toneladas; a Argentina, cerca de 47 milhões; e o Paraguai, 3,5 milhões.



Fonte: Valor Econômico