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Tensão marca debate entre Hillary e Obama na TV

Em um debate tenso, com muitos ataques e no qual os dois pré-candidatos democratas à presidência dos Estados Unidos reiteraram suas diferenças foi o resultado do encontro da noite de quarta-feira (16) entre os senadores Hillary Clinton e Barack Obama, na

Em 90 minutos de debate, Hillary Clinton fez duras acusações contra Barack Obama ao dizer que o adversário deveria ter abandonado sua igreja em Chicago após os comentários incendiários de seu pastor, Jeremiah Wright, especialmente quando este disse que os atentados do 11 de Setembro foram conseqüência do terrorismo americano.



“Tenho que dizer que o fato de o pastor Wright ter responsabilizado os Estados Unidos em seu primeiro sermão após os atentados do 11 de Setembro, que ocorreram na minha cidade de Nova York, seria algo intolerável para mim”, afirmou Hillary. “Não teria continuado nesta igreja após estes comentários”, cutucou a pré-candidata.



Por sua vez, Obama admitiu ter formulado mal sua declaração sobre a crise econômica de pequenas cidades da Pensilvânia, ao ter dito que estas são “frustradas”, mas ressaltou ter sido “criticado até a morte” pelo candidato republicano, senador John McCain, e aproveitou para responder à sua oponente democrata.



“Isso (as críticas) foi o que a senadora Clinton andou fazendo durante os últimos quatro dias”, disse Obama.



Hillary também se desculpou da declaração, dada no mês passado, na qual disse que em 1996, quando era primeira-dama, tinha chegado à Bósnia sob fogo de franco-atiradores -imagens da época mostram Hillary desembarcando calmamente no país.



“Nós dois dissemos coisas que se mostraram imprecisas”, admitiu. “Isso acontece quando você fala o tanto que nós falamos. Mas lamento muito por ter dito isso”, disse Hillary.



Ao ser perguntada se Obama pode vencer McCain, a ex-primeira-dama foi categórica: “Sim, sim e sim. Mas posso fazer um governo melhor e por isto estou aqui”.



À mesma questão, mas com referência a Hillary, o senador por Illinois saiu-se com um “Absolutamente, e eu já havia dito isto anteriormente”.



Apesar do fogo cruzado, os dois candidatos garantiram que qualquer que seja o indicado do Partido Democrata, será totalmente capaz de vencer o republicano McCain nas eleições de novembro.



Os pré-candidatos democratas fortaleceram suas críticas à Ocupação do Iraque e a McCain, argumentando que, se eleito, o candidato republicano daria prosseguimento à estratégia do presidente George W. Bush.



No entanto, os dois senadores usaram de discurso semelhante, e afinado ao do atual presidente, ao defender a manutenção das atuais políticas de segurança e alianças internacionais quanto a Israel e ao Irã.



Retaliação massiva



Ao responder à pergunta sobre o que faria se o Irã desenvolvesse armamento nuclear e o utilizasse contra Israel, Hillary afirmou que “um ataque contra Israel resultaria em retaliação massiva por parte dos Estados Unidos”. Obama, por sua vez, disse que 'Os Estados Unidos tomariam a atitude apropriada.'



No ambiente interno, porém, a atual gestão de Bush foi criticada por ambos, que ênfase nos problemas enfrentados pelo país, a posse livre de armas e, principalmente, a economia, incluindo a crise no sistema de empréstimos imobiliários de alto risco.


 


Hillary tem no momento vantagem sobre Obama nas pesquisas sobre as primárias no Estado da Pensilvânia, que tem 158 delegados em jogo, e deve vencer no dia 22 de abril, antes das primárias em Indiana, em 6 de maio.



As pesquisas mostram uma vantagem de cinco a seis pontos na Pensilvânia, algo considerado muito pouco para alavancar a campanha da pré-candidata antes do fim da temporada de primárias no país em 3 de junho (há um último caucus democrata programado para o dia 7 de junho em Porto Rico).



Uma pesquisa publicada pelo jornal Los Angeles Times dá a vitória de Obama em Indiana. O senador por Illinois também é o favorito na Carolina do Norte, que também vota em 6 de maio.



Segundo a mesma pesquisa, 54% dos americanos têm uma opinião desfavorável de Hillary, contra 39% para Obama. E 58% estimam que Hillary Clinton não é “honesta nem digna de confiança”.



A tensão interna dos democratas pode ser benéfica para o republicano John McCain, que apenas aguarda por seu adversário de novembro.