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Ucrânia pressiona Rússia a retirar frota do Mar Negro

A entrega de um memorando à Rússia com o calendário da retirada da Frota do Mar Negro do território ucraniano até 2017 foi interpretado nesta quinta-feira (18) por Moscou como um gesto de pressão contra o país.

“Esse processo deve se realizar respeitando a legislação de ambos os países e o espírito de boa vizinhança”, afirmou em tom diplomático o ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Vladímir Ogryzko.



“Não queremos que aconteçam surpresas que coloquem em dúvida nossas relações normais, de boa vizinhança”, continuou, ao referir-se ao documento que contém as etapas e a ordem de retirada do corpo militar de Sevastópol, na Criméia, até 28 de maio de 2017.



As consultas bilaterais sobre o tema se iniciarão em junho próximo, assegurou o ministro.



Um tratado de Amizade e Cooperação, assinado entre ambas as partes em 1997 estabelece que a Frota do Mar Negro pode ficar em Sevastópol até 2017.



Nos encontros de dois dias que o chanceler ucraniano realizou com seu colega russo em Moscou, Serguei Lavrov, surgiram também contradições sobre um ajuste territorial no Estreito de Kertch e no Mar de Azóv.



Lavrov insistiu em resolver a contenda baseando-se em um documento assinado em 2003. “É importante para nós que os barcos russos possam navegar livremente pelas águas territoriais do nosso país, essa é uma condição de segurança”, reiterou.



“Na União Soviética, as linhas divisórias administrativas entre as repúblicas federadas não se estabeleciam por águas marítimas internas”, sublinhou.



Por esse motivo, advertiu, “não existem, nem podem existir, documentos legítimos que estabelecessem linha divisória no Azóv ou no Estreito de Kertch.



Taxativo, Lavrou esclareceu que Moscou não reconhece a fronteira marcada de modo unilateral pela parte ucraniana em 1999, a qual passa por essas águas.