Festival de Esquetes: Ode á cena miúda
De hoje a sexta-feira, Teatro da Praia é palco para o XII Festival de Esquetes de Fortaleza. Espaço para a experimentação, o Festival de Esquetes de Fortaleza, produzido por Carri Costa, tem sido ocupado pelas novas gerações do teatro cearense.
Publicado 21/04/2008 11:34 | Editado 04/03/2020 16:36
Botaram fermento no teatro cearense. Quer ver? É só ir ali na Praia de Iracema — onde ela, bravamente, ainda consegue resistir — e se deixar levar pelas muitas cenas de mais uma edição do Festival de Esquetes de Fortaleza (Fesfort). “É aquilo de sempre. Tem um pouco de tudo. Digo sempre que o Fesfort é o termômetro da produção do restante do ano. Agora, por exemplo, 73 projetos foram inscritos. Selecionamos 25. Levando-se em consideração a média histórica do festival, posso dizer seguramente que entre 45% e 60% desse total vai voltar a ficar em cartaz nos próximos meses. Grande parte do teatro cearense nasce no Festival de Esquetes de Fortaleza. É essa a marca principal do evento”, destaca o ator e diretor Carri Costa, idealizador do Fesfort.
Afamado como um espaço de experimentação para o novo, o Festival de Esquetes chega sempre com o propósito de aguçar o passado. De caráter competitivo, a mostra tem em seu júri oficial figuras de grande relevância para a cena local. A décima segunda edição do Fesfort conta com a participação do grande Walden Luiz, acompanhado da atriz Jane Azeredo e dos diretores Hiroldo Serra, Francinice Campos e Betânia Montenegro. “A idéia é possibilitar mesmo uma troca constante de experiências e informações. O festival forma sua programação com base apenas nas dramaturgias, sejam elas originais ou não, e nas propostas de encenação. A gente acredita num projeto, nos bons projetos. Então, é como se programação fosse a hora de ver como esses projetos foram realizados. Quando a gente mantém esse caráter competitivo, é para ajudar a melhorar as montagens”, justifica Carri Costa.
O ator e diretor destaca, por exemplo, a grande recorrência agora em 2008 de produções egressas das salas de aula. “O festival tem trabalhos do Curso Princípios Básicos, do Theatro José de Alencar, e tem também outros do Curso de Artes Cênicas do CEFET”, pontua Carri Costa. De acordo com o idealizador do Fesfort, essa função de laboratório assumida pelo festival desde a estréia em 1997 tem aumentado a cada ano. “O Festival de Esquetes se tornou uma referência. Os artistas consideram a mostra um espaço para a ousadia, para o experimento. Com isso, o público que o Fesfort mobiliza é também muito curioso, muito interessado, pelo novo. É um público atento, que gosta de saber até onde o teatro pode ir”, completa.
Troféu Gasparina Germano
No intervalo das apresentações das 25 montagens classificadas para a maratona do XII Festival de Esquetes de Fortaleza, uma série de homenagens ao ator, diretor e dramaturgo Marcelo Costa arremata a programação. Também pesquisador e professor de teatro, o líder afetivo do veterano Grupo Balaio foi escolhido para receber o Troféu Gasparina Germano, entregue anualmente a grandes personalidades do nosso teatro. Nascido no município de Redenção há recém-completados 60 anos, Marcelo Costa é um dos artistas de maior empenho na empreitada de dotar a cena cearense de uma estrutura criativa e produtiva mais qualificada. “O Marcelo Costa é um pouco a cara do nosso teatro. É uma figura que está aí há mais de 40 anos dedicado a fortalecer o teatro do Ceará. Somos todos muito gratos”, resume Carri Costa.
Mais informações: XII Festival de Esquetes de Fortaleza. De hoje a sexta-feira próxima, sempre a partir das 19h, no Teatro da Praia (Rua José Avelino, 662 – Praia de Iracema). Ingressos: R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia). Contato: 3219 9493.
Pogramação:
21/04 – Segunda feira
´Um homem, uma mulher, para não falar do garçom´, do Grupo de Pesquisa em Comicidade e Riso.
´Os Pequenos Legumes´, de Amenhotep Rodrigues.
´A Escrava Isaura´, da Cia. dos Liquidificadores.
´As tramóias do Patelã´, do Grupo Mirante de Teatro da Unifor. ´Esbofeteada´, da Cia. Chorume Teatral.
22/04 – Terça-feira:
´Bartolomeu e Antonieta´, do Grupo de Teatro Garajal.
´Escorregando na Maionese´, da Cia.Sonhar de Artes Cênicas. ´
Amarelado´, do Grupo Sobras. ´
O Gato´, da Cia. Os Cutubas.
´O Peido´, do Grupo K´os.
23/04 – Quarta-feira:
´O Palco´, do Grupo Comicidade e Riso.
´O Auto da Barca do Inferno´, Do Grupo Nois de Teatro.
´Nego´, do Grupo Des-ato.
´Irv Hurguer´, do Grupo de Teatro.
´Manual das Nuvens: Os três mal comidos´, do Grupo Pavilhão da Magnólia.
24/04 – Quinta-feira:
´O Apanhador´, da Brucutus Cia. de Teatro. ´Adivinhação da Personagem´, do Grupo Os Organizados.
´Uma lógica particular´, do Grupo Teatro com Vida.
´Quando as máquinas param?´, do Grupo Abaquar Motirô.
´Se fosse foda era bom´, do Grupo Arte de Viver.
25/04 – Sexta-feira:
´13´, do Grupo Qüiproquó.
´As Árvores´, do Grupo Pavilhão da Magnólia. ´
Epitáfio´, do Grupo Projeto Falso.
´Recém Casados´, do Grupo Cambada.
´Senhoras de Nelson´, do Grupo Imagens de Teatro.
Fonte: Diário do Nordeste