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Fórum do Mercosul: palestrantes denunciam “terrorismo midiático”

O painel ‘TV Pública e a Democratização da Informação’ garantiu um público de mais de 300 pessoas na noite deste sábado (26), durante o Fórum Social do Mercosul que está sendo realizado na reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba.


 


O grande enfoque das discussões foi a urgência do questionamento sobre o monopólio que envolve os veículos de comunicação no mundo e o papel da TV Pública na distribuição e acesso à informação.



Entre os debatedores convidados para o painel – realizado na tenda principal – o representante do presidente da Bolívia Evo Morales, senador Abrão Cueller Araújo; presidente da Tv Pública da Venezuela (TELESUR), Beto Almeida; o sociólogo, jornalista e apresentador do Programa ‘Ver TV’ na TV Brasil, Laurindo Leal Filho; o coordenador-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Celso Augusto Schröder; representante do Conselho Federal de Psicologia, Marcos Ribeiro Ferreira; a presidente da União das Mulheres da Argentina, Maria Inês Bracesco; Juliano Maurício de Carvalho, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e Ricardo Moretzsohn, da Campanha Ética na TV.



O senador boliviano, Abrão Cueller Araújo, contou que a Bolívia possui 15 redes de televisão privadas e apenas uma estatal.



“Estas 15 estão fazendo terrorismo midiático para derrubar o governo de Evo Morales na Bolívia. Todas elas defendem os interesses de grandes empresas petrolíferas e outras multinacionais.Todas elas, são contra a democratização da informação e os meios de comunicação estatais”, informou o senador. Ele criticou ainda, a forma com que as TVs privadas tentam convencer o povo de que os Estados Unidos é um país democrático e solidário ao restante do mundo.



“O neoliberalismo é egoísta. É preciso mais trabalho e uma maior conscientização sobre a importância da democracia no mundo. As redes públicas devem ofertar o máximo de informação e os governos exigir do setor privado mais investimentos em informação, cultura e em TVs Comunitárias. Não pode haver uma só voz e essa riqueza da distribuição da informação só será possível com o trabalho de muitas vozes”, finalizou o senador.


 


Venezuela


 


O presidente da Telesur, Beto Almeida, falou sobre a evolução da TV Pública no Brasil durante o Governo Lula e também criticou o terrorismo midiático feito pelas grandes empresas de televisão privada contra as TVs estatais.


 


“Os meios de comunicação devem estar veiculados a projetos soberanos dos nossos povos e a democracia. O terrorismo é uma manobra do sistema capitalista”, reforçou. Para ele, o acesso à informação deve fazer parte da esfera pública, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.


 


Já o jornalista e sociólogo, Laurindo Leal Filho, que também é professor do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da USP, fez um histórico sobre a TV Pública no Brasil. “Há dez anos jamais teríamos um debate como este. É fundamental que a sociedade se incorpore e entenda que as TVs públicas são um patrimônio nacional e devem transmitir informação de qualidade”, destacou.


 


O coordenador do painel – sociólogo, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenador da Casa Latino-Americana – Dimas Floriani, acredita que na atual conjuntura a oportunidade de debater a ‘TV Pública e a Democratização da Informação’ é fundamental para os povos dos países do Mercosul.


 


“Hoje, acredito que acontece ao contrário, ou seja, não existe possibilidade de qualquer contribuição por parte da sociedade na produção do conhecimento. Na verdade, esta produção deveria refletir a pluralidade dos povos, ao invés de nos tornar reféns do oligopólio da informação”, completou Dimas Floriani. 
 


Fonte: http://www.forumsocialdomercosul.org