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Advogado alvo da PF decide se afastar de conselho do BNDES


O advogado Ricardo Tosto de Oliveira Carvalho, 45, investigado pela Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, pedirá o afastamento do cargo de conselheiro de administração do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o pedido será feito por fax para o presidente do banco, Luciano Coutinho. No documento, Tosto também dever sugerir uma auditoria nos contratos de empréstimo que são alvo do inquérito na PF.



O advogado é conselheiro de administração do BNDES desde agosto de 2007 por indicação da Força Sindical. Ele havia sido preso na última quinta-feira (24) durante a operação Santa Tereza, acusado de envolvimento com desvios de verbas do BNDES para empresas e prefeituras implantarem projetos de desenvolvimento e expansão, além de exploração da prostituição.



Tosto –sócio de um dos principais escritórios de advocacia do Brasil– foi libertado na tarde deste sábado pela Polícia Federal. A polícia informou à Justiça Federal que a prisão de Tosto não era mais necessária para o andamento da investigação.



O advogado seria um dos responsáveis por aprovar os projetos ligados à quadrilha. Depois que o dinheiro era liberado, 3% a 4% de cada parcela eram pagos a uma empresa por serviços de consultoria que, segundo a PF, nunca eram realizados. O dinheiro era então repassado aos participantes do esquema.



Em entrevista concedida ontem à Folha, por telefone, Tosto disse estar “emocionalmente destruído”. “É uma tortura emocional. Primeiro te prendem, daí a pessoa fica presa lá [na PF], sem ser ouvida, para a pessoa sofrer lá embaixo [na cela]. Depois te chamam. Depois dessa tortura psicológica, aí você vai depor psicologicamente destruído”, disse Tosto.



O advogado nega qualquer participação nos crimes. “As operações em que uma empresa e uma prefeitura teriam supostamente sido beneficiadas por empréstimos do BNDES aconteceram antes de o advogado Ricardo Tosto integrar o conselho do banco, não tendo, nem remotamente, a sua participação”, diz nota publicada por seu escritório na sexta-feira.



Fonte: Folha Online