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MT foi responsável por 70% do desmatamento da Amazônia

O Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (Inpe) informou hoje (2) que 1.123 quilômetros quadrados da Floresta Amazônica sofreram corte raso ou degradação progressiva durante o último mês de abril. Desse total, 794 quilômetros quadrados foram devastados

O Mato Grosso concentrou a maior área desmatada da Amazônia Legal, de acordo com os dados do Sistema de Detecção de Desmatamentos (Deter), que utiliza satélites para monitorar a devastação a cada quinze dias na região amazônica, divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No Estado governado por Blairo Maggi (PR), foi devastada uma área de 794,1 km², sendo que 14% do Estado estava coberto por nuvens à época da observação. No mesmo mês, o Inpe apontou que a Floresta Amazônica teve 1.123 km² devastados, uma área equivalente à da cidade do Rio de Janeiro (1161 km²).



Em seguida aparece Roraima, com 284,8 km² derrubados e 18% da região encoberta. Rondônia desmatou 34,6 km² de floresta e tinha 5% de seu território sob nuvens. O Deter detecta apenas áreas desmatadas com mais de 25 hectares e considera regiões de corte raso e em processo de desmatamento por degradação florestal. O sistema está em operação desde 2004 e dá suporte à fiscalização e controle de desmatamento.



Minc: “resposta imediata”



Ao ser informado sobre os índi8ces de desmatamento, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que a situação exige uma resposta imediata dos órgãos de fiscalização e proteção. “O dado é preocupante. Não vamos brigar com os termômetros e chorar a seiva derramada. Vamos agir. Algumas ações ainda não geraram frutos e outras serão adotadas agora”, disse Minc.



Entre as propostas anunciadas por Minc está a apreensão de gado em propriedades onde for caracterizado o desmatamento ilegal. As ações de fiscalização que devem ocorrer a partir de 15 de junho serão realizadas em conjunto com forças policiais.



O ministro responsabilizou a produção de soja e a criação de gado pela devastação recente da Amazônia. “Os preços da soja e da carne estão disparados e essa relação é historicamente comprovada no Brasil. Há um estímulo para que novas áreas sejam ocupadas por soja, que joga o gado para frente. E o avanço do gado é responsável por 70% a 80% do desmatamento na Amazônia”, afirmou.



Minc também alertou para o fato de que a realidade da degradação na Região Amazônica possa ser ainda mais grave do que os dados apontados pelo Inpe até o momento. “Os piores meses de desmatamento são tradicionalmente junho, julho, agosto e setembro quando há estiagem e avanço da preparação de terrenos. O pior está por vir e agora é que será o nosso teste”, disse.



Apesar de o Inpe ter revelado que o estado do Mato Grosso concentrou 70% do desmatamento detectado no mês de abril, o ministro evitou fazer críticas ao governador Blairo Maggi. “Não estou aqui para atacar ou defender governador. Quero trabalhar junto. Falei hoje com o Blairo Maggi e pretendo ir até o estado ainda neste mês”, afirmou.



Fonte: Agência Brasil