Lula Morais questiona análise que aponta retomada da inflação

O deputado Lula Morais (PCdoB) comentou, na manhã desta quinta-feira (03/07), o artigo publicado naquela edição do Jornal O Globo, assinado pela jornalista e comentarista econômica Míriam Leitão, sobre a existência de uma inflação reprimida no Brasil

No Brasil, conforme Míriam Leitão, a gasolina não aumenta, mas sobem o óleo combustível, o querosene de aviação e a nafta. “Ela argumentou que a Petrobras usa dois argumentos para explicar a falta de correção dos preços de derivados ao consumidor: que a alta do petróleo é compensada pela queda do dólar, e que é preciso esperar que os preços do petróleo se estabilizem. A jornalista disse ainda que o Governo está fazendo populismo tarifário e que está havendo um artificialismo na nossa economia. Parece, no meu entender, que ela está torcendo para que a inflação venha para o Brasil”, comentou Lula Morais.


 


Lula Morais também citou artigo do jornalista Luiz Henrique Campos, na edição do Jornal O Povo de hoje, no qual ele chama atenção para o tratamento dado por alguns analistas à questão da inflação, mais parecendo que o Brasil está em escalada inflacionária, o que não é verdade. “Tenho ficado preocupado com isso, com o que repercute na mídia brasileira. Lembro inclusive que, quando surgiu na mídia a idéia de uma epidemia de febre amarela, muita gente se vacinou e teve problemas. Teve gente que até se hospitalizou, porque a vacina só é para ser tomada a cada 10 anos”, disse.


 


Ele ressaltou que a crise de alimentos, também citada pela Míriam Leitão em seu artigo em O Globo como um dos grandes problemas mundiais, não deve chegar ao Brasil, “porque o País tem uma base forte de agricultura familiar”. Ele lembrou que o Brasil está entre os nove países que podem se auto-sustentar, ou seja, que tem segurança alimentar. “O que está acontecendo é que muitos têm se aproveitado da crise mundial para aumentar os preços nos supermercados, prejudicando o consumidor”, avaliou.


 


Ele disse que um dono de supermercado de São Paulo retirou das suas prateleiras uma determinada marca de arroz devido aos altos valores cobrados pelo fornecedor. “Deve se fazer realmente isso, retirar os produtos daqueles que estão cobrando valores exagerados”, avaliou, acrescentando, ainda, que a inflação brasileira está em 4,5% ao ano, enquanto o topo é de 6,5%. “Existe essa flexibilidade, não atingimos o topo da meta”, afirmou.


 


Em aparte, o deputado Artur Bruno (PT) questionou a quem deve interessar ao aumento da inflação no Brasil. “Com certeza, ela não interessa à elite, a classe média, ao consumidor, mas sim a uma elite empresarial, que visa o lucro”, disse, lembrando que o consumidor deve ficar “cada vez mais atento aos preços dos produtos”.


 


Já o deputado Ferreira Aragão (PDT) sugeriu que os consumidores pesquisem os preços e, se possível, façam um “boicote” aos produtos que estão com preços acima da média. “O preço do arroz tem aumentado demais, logo o arroz, tão presente na mesa dos mais pobres”, avaliou, sugerindo a realização de audiência pública na Assembléia para discutir este aumento.


 


Fonte: Assembléia Legislativa