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Brasil propõe selo sócio-ambiental para produção de etanol

O governo brasileiro considera que um selo sócio-ambiental para o etanol será uma garantia suficiente para que a União Européia aceite o biocombustível brasileiro como sustentável.

Foi o que indicou nesta terça-feira (8) o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, ao reagir à cobrança do presidente da Comissão Européia, José Durão Barroso, de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faria bem em dar garantias de que o etanol brasileiro não destrói a floresta e não substitui produção agrícola, para poder se expandir internacionalmente.



A idéia em Bruxelas é de arrancar do Brasil essa garantia através de um acordo bilateral. Amorim, porém, não vê necessidade disso, embora não o descarte. O selo sócio-ambiental pode vir através da certificação anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando passou no ano passado em Bruxelas.



Barroso disse que a UE quer estimular sobretudo o etanol de segunda geração, que não concorre com a produção de alimentos. Lula deve insistir hoje que o etanol brasileiro já tem características que se assemelham a essa situação.



Os biocombustíveis continuam no debate, mas na declaração do G-5 ontem o presidente do México, Felipe Calderón, coordenador do grupo, não mencionou uma só vez o termo etanol.



Amorim disse, porém, que Lula abordou a produção do biocombustível tanto com Calderón quanto com os presidentes da China e da Coréia do Sul, com os quais teve reuniões bilaterais.



O chinês acenou também com aumento da cooperação na área de satélites. E o coreano acenou interesse pela licitação do trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo. Hoje, em bilateral com o primeiro-ministro do Japão, Lula poderá reiterar a demanda de “estímulo” do governo japonês para empresas nipônicas investirem no Brasil, como ficou acertado durante a definição do modelo de TV digital.



O ministro Miguel Jorge chegou a qualificar o acordo que o Brasil fez com o Japão, na época, de puro “blá-blá-blá”. Amorim reagiu ontem dizendo que já viu muito “blá-blá-blá” se transformar em realidade.



Fonte: Valor Econômico