Argentina: governo e ruralistas voltam a medir forças
O conflito entre os produtores agropecuários e o governo da Argentina terá nesta terça-feira (15) outro dia de manifestações de força. Grupos favoráveis e contrários à posição dos ruralistas realizarão protestos em diversos pontos do país, como forma de p
Publicado 15/07/2008 11:33
A manifestação pró-governo acontecerá diante do Congresso e terá como único orador o ex-presidente Néstor Kirchner, que acredita que irão comparecer ao ato cerca de 50 mil pessoas.
Os principais simpatizantes do governo estarão representados pela central sindical CGT, organizações sociais, governadores e intendentes (prefeitos) do Partido Justicialista, aliados da presidente Cristina Fernández de Kirchner.
Hugo Moyano, reeleito na semana passada titular da CGT, prometeu mobilizar até o Congresso cerca de dez mil filiados do seu sindicato de caminhoneiros. Hebe de Bonafini, líder das Mães da Plaza de Mayo, convocou uma manifestação “contra a direita fascista e a oligarquia proprietária de terras que acreditam ainda que têm a impunidade e o poder para voltar ao governo”.
Vários intelectuais irão ao Congresso também para reivindicar “mais democracia e mais distribuição de riqueza” através de um documento assinado pelo poeta Juan Gelman, pelo cineasta Leonardo Favio, pelo ator Alfredo Alcón, pelo dramaturgo Tito Cossa, entre outros.
Direita também pressiona
As quatro entidades agropecuárias organizarão um ato no bairro de Palermo, setor exclusivo das classes média e alta, que mostraram o seu apoio à paralisação dos ruralistas por meio de “panelaços”.
Um palco foi montado a poucos metros da embaixada dos Estados Unidos, e os organizadores acreditam que cerca de 60 a 100 mil pessoas irão participar do evento.
O governo possuía, até o fim de semana, uma diferença de quatro a cinco votos a favor para sancionar o projeto, já aprovado pela Câmara dos Deputados.
No entanto, a senadora opositora Maria Eugenia Estenssoro afirmou que “a votação será cabeça a cabeça”, uma vez que três legisladores dados como aliados pelo governo se mostravam indecisos nesta segunda-feira. Eles cogitam escolher por uma terceira opção de projeto, mas ainda não se manifestam oficialmente.
Da redação, com informações da Ansa Latina