Estado conclui levantamento do Pavão-Pavãozinho

A maioria dos moradores do Complexo do Pavão-Pavãozinho/Cantagalo, localizado na Zona Sul carioca e incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), é do sexo feminino. Este é um dos resultados da amostragem socioeconômica realizada, do governo do

Deste número, 51,76% são mulheres e 48,24%, homens. Além disso, a maioria dos chefes de domicílio (52,79%) são mulheres, contra 47,21% homens. Também a maioria dos segundos responsáveis por domicílios é do sexo feminino (58,78%, mulheres e 41,22%, homens).



As comunidades do Pavão-Pavãozinho/Cantagalo são das mais antigas na Cidade do Rio de Janeiro e possuíam, juntas, em 2000, de acordo com censo do IBGE, 2.259 domicílios e 8.140 moradores. A ocupação do Cantagalo foi iniciada em 1907, tendo sido lugar de refúgio de escravos. A ocupação do Pavão-Pavãozinho começou em 1930. De acordo com a amostragem, há um recorte cultural que diferencia as duas favelas.



A população do Pavão-Pavãozinho tem forte representação de nordestinos, que continuam a chegar, na maioria com empregos encaminhados. Quase sempre, eles casam com filhas de famílias já estabelecidas, obtêm uma laje e constroem suas casas. Isso explica por que, ao contrário do que ocorre no Cantagalo, no Pavão-Pavãozinho o mercado imobiliário é dinâmico. Os evangélicos são maioria e a seresta e o forró desbancam o samba entre os moradores. Já o Cantagalo tem influência de pessoas oriundas de Minas Gerais. Nesta comunidade, destacam-se a presença de igrejas católicas, do samba e as lutas comunitárias, além da preocupação com a violência.



A maioria dos imóveis visitados (76,02%) é de alvenaria. Ainda segundo a amostragem, a maior parte da população do complexo é jovem. Os moradores com mais de 65 anos são apenas 2,88%. São 11,63% com idade até 4 anos.



Quanto ao nível de instrução dos moradores, há um percentual alto de não informados pelo entrevistado, que não soube precisar a escolaridade de seus familiares. Daqueles informados, a maioria (36,82%) possui ensino fundamental incompleto. Aqueles com nível superior completo são apenas 1,6% da amostra.



Com relação à situação de trabalho dos chefes de domicílios, a maioria (71%) encontra-se trabalhando, seja no mercado formal ou atividades informais. Procurando emprego registraram-se 11,9% dos responsáveis por domicílios. Dos entrevistados, 89,22% têm renda familiar mensal média na faixa entre menos de 1 e até três salários mínimos.



Famílias com até quatro moradores por domicílio totalizam 75,84% dos domicílios cadastrados. A média no complexo é de 3,48 moradores por domicílio. Não é, portanto, na densidade média de ocupação domiciliar que ocorrem situações inadequadas, mas sim no adensamento urbano excessivo, que se reflete na propagação de doenças respiratórias e alérgicas. Isso ocorre porque pois há pouca radiação solar e ventos em volta dos domicílios nas duas comunidades, que possuem muitas vielas.



Dentre as doenças mais freqüentes informadas pelos entrevistados destacam-se as alergias (32,98%) e as bronquites (20,21%). O alargamento de vias de circulação incluído no projeto de reurbanização do complexo deverá influir na melhoria desse quadro.