José Dirceu: Governos tucanos são coveiros da Educação
Os governos tucanos estão contra o piso nacional de R$ 950 estabelecido para professores de todo o país pelo presidente Lula na semana passada. Eles consideram a instituição do piso inconstitucional e estão determinados, se for o caso, a recorrer ao
Publicado 28/07/2008 17:18
Leia abaixo texto publicado pelo ex-ministro José Dirceu em seu site:
A posição tucana contra o piso está externada em entrevistas ao O Estado de S.Paulo, das secretarias de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, do governador José Serra, de São Paulo, publicada hoje; e de Mariza Abreu, da governadora gaúcha Yeda Crusius, publicada no fim de semana (sábado). A Secretaria de Educação de Minas Gerais, Estado governado pelo tucano Aécio Neves, adianta ao mesmo jornal, hoje, que ainda estuda o impacto da medida e poderá rejeitá-la também.
''Não temos de onde tirar dinheiro para isso que eu acredito inconstitucional'', diz hoje no Estadão a secretária de Educação de Serra. ''Em última instância apelaremos ao Poder Judiciário, o governo federal não pode onerar os outros entes federados na forma em que está o projeto (lei)'', reforçou a secretaria de Educação de Yeda Crusius ao mesmo jornal, no sábado.
Sem surpresa
Dos educadores beneficiados pela lei sancionada pelo presidente da República – o projeto foi elaborado pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e aprovado pelo Congresso Nacional – choveram elogios e apoios. Já dos governos tucanos, a resposta é um descalabro – a secretaria paulista de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, chega a falar em sua entrevista que a ''lei não vai pegar''.
Bem, leitores, não há porque nos surpreendermos com essa reação tucana. Apesar de o piso ser uma reivindicação histórica dos movimentos sociais e da esquerda no país, finalmente atendida pelo governo Lula, a gente sabe que os governos demo-tucanos (são aliados nesses três principais Estados governados pelo PSDB, SP, RS e MG) não tem familiaridade e nem atração para resolver os problemas da Educação. Essa é uma área que não elegem como prioridade.
Ninguém pode se surpreender, também, se acompanhar o desempenho dos governos tucanos (e de seus aliados do DEM) apenas em São Paulo, por exemplo. Há 13,5 anos no governo eles nunca tiveram compatibilidade com a Educação: os dois primeiros governos do PSDB, liderados por Mário Covas, fecharam mais de 200 grandes escolas públicas no Estado – é verdade, fecharam escolas públicas.Nos dois governos de Geraldo Alckmin, as metas de Educação quanto à redução de evasão e repetência sempre ficaram muito longe de serem alcançadas. E no governo de Serra a prioridade à Educação é externada por entrevistas como essas de sua Secretaria de Educação.
Fonte: Blog do Dirceu