Tribunal de Contas aprofunda investigação na Corsan e na Procergs

À pedido do Ministério Público, o Tribunal de Contas do Estado irá aprofundar as investigações sobre possíveis irregularidades na Companhia de Processamento de Dados (Procergs) e na Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Nos próximos 20 dias, o

Em relação à Procergs, o Ministério Público pediu ao TCE que investigue se a empresa vendedora de produtos da Microsoft foi beneficiada em alguma licitação da estatal. As irregularidades apontadas pelo MP são desde 2002, mesma época em que a direção da empresa parou de divulgar, aos seus funcionários, todos os custos das obras realizadas pelas terceirizadas pela Procergs. O integrante da Comissão de Trabalhadores da Procergs, Ormar Rosa, relembra que pela primeira vez em 35 anos, a estatal passou de uma empresa lucrativa para devedora. Ao mesmo tempo, o governo da época, liderado por Germano Rigotto (PMDB), argumentava que a manutenção da estatal era muito cara.


 


“Na gestão anterior [governador Germano Rigotto], a Procergs sai da zona de empresa superavitária do governo e passa para ser deficitária, ou seja, em 35 anos de existência a Procergs entrou no 'vermelho'. Isso nos preocupou demais. Até porque o clima dentro da empresa é de que a Procergs seria minimizada, esvaziada de serviços e de pessoal”, afirma.
 



No caso da Corsan, a ouvidoria do TCE recebeu denúncias de irregularidades em obras de emergência realizadas pela Superintendência da Região Sinos e superfaturamento e dispensa de técnicos e de licitação na Estação de Tratamento em Canoas. As denúncias surgiram a partir de uma sindicância que a própria Corsan realizou nos últimos dois meses na estatal. Apesar de encerrada na semana passada, a investigação interna ainda não teve seus resultados divulgados, como informa o presidente do sindicato da categoria, o Sindiágua, Rui Porto.



 
“Mas a gente sabe que é em função dessa sindicância interna que aconteceu para apurar exatamente as obras na superintendência regional de Canoas, é que o Tribunal está entrando em campo para fazer esse aprofundamento. Ao mesmo tempo em que a gente fica preocupado em ver a imagem da empresa para a qual a gente se dedica toda a nossa vida para prestar um bom serviço para a comunidade, ver o nome dela envolvido em corrupção é muito doloroso. Mas por outro lado a gente fica feliz em saber que alguém está tomando providência no sentido de, se realmente há casos de corrupção, que eles sejam apurados”, afirma.



 
Rui Porto conta que as suspeitas de irregularidades que levaram à sindicância na Corsan partiram do próprio sindicato e envolvem desde superintendentes da estatal na região metropolitana até parlamentares gaúchos. As suspeitas apontam superfaturamento das obras, dispensa de licitação e até mesmo reparos que não eram necessários, mas foram feitos. Para o sindicalista, a impunidade é o principal incentivo da corrupção no poder público. “Infelizmente, algumas pessoas mal intencionadas resolvem fazer delas [estatais] suas plataformas de atuação e de campanha. E aí se criam esses vícios de obras superfaturadas, que depois vai financiar campanha do político A, B ou C, e por aí vai. A corrupção é um mal que se expande e se esparrama com uma velocidade muito grande”, afirma.


 



Agencia Chasque