Em baixa, Alckmin prepara ofensiva na TV contra Marta

Depois de investir, sem muitos resultados, no eleitorado da periferia de São Paulo, onde a adversária do PT, Marta Suplicy, é mais forte, a campanha do candidato do PSDB à Prefeitura da capital, Geraldo Alckmin, entra numa nova fase e direciona os esfo

Apesar de disputar com o prefeito Gilberto Kassab (DEM) uma vaga para o segundo turno das eleições, os tucanos vêem nessa nova fase a oportunidade para acentuar as diferenças entre o candidato tucano e Marta. Até para garantir que a alta rejeição que a petista tem na classe média continue.



Nesse cenário, entrarão com mais força no horário eleitoral gratuito as realizações de Alckmin no governo estadual em contraponto com empreendimentos da petista na Prefeitura. Os tucanos vão comparar, por exemplo, custos de obras, o aumento de carga tributária na gestão petista com a desoneração de impostos no governo Alckmin. Terão tratamento especial os gastos da gestão Marta com os dois túneis inaugurados na cidade às vésperas da eleição de 2004 e a falta de investimento da ex-prefeita no Metrô.



“Isso não significa que vamos abandonar a periferia. Vamos continuar trabalhando lá até para não deixar o PT deslanchar. A classe média você alcança mais rapidamente. Por isso começamos a investir somente agora”, disse o coordenador-geral da campanha de Alckmin, deputado Edson Aparecido.



A nova estratégia tucana é uma forma de tentar conter o desânimo que se instalou na campanha de Alckmin. Além de perder pontos nas últimas pesquisas, a campanha tucana sofre com a falta de recursos.



Juntar os cacos



Ontem, o coordenador da campanha de Marta Suplicy, Carlos Zaratini, afirmou que 'ele (Geraldo Alckmin) tem que se preocupar em juntar os cacos do PSDB'. A frase foi uma resposta às declarações do candidato tucano de que Marta teme a parceria entre o governador José Serra e ele. A petista havia comentado que se Alckmin vencesse as eleições municipais, Serra não teria chances de se tornar presidente da República.



Mas o embate de Marta com Alckmin não deve prosperar. A coordenação da campanha de Marta já começa a trabalhar nos bastidores com a expectativa de disputar um segundo turno com o prefeito Gilberto Kassab (DEM), e não mais com Alckmin, que ocupa o segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto. A equipe de Marta avalia que Kassab já avançou o suficiente para ser considerado um provável rival caso haja uma segunda etapa de votação.



A nova avaliação tem por base pesquisas realizadas para o PT, que apontam que Kassab já se aproximou de Alckmin e caminha para ultrapassar o tucano. Na última sondagem do Ibope, encomendada pelo Estado e pela TV Globo, Kassab avançou 4 pontos, alcançando a marca de 12%. Alckmin, que tinha 26% no levantamento anterior, caiu para 22%. Marta permaneceu na liderança e oscilou dois pontos para baixo, ficando com 39%. Nos levantamentos petistas, a alta de Kassab é ainda maior, mas o prefeito continua atrás do tucano.



Apesar de trabalhar com a expectativa de que o prefeito permaneça em alta, o time de Marta diz que o cenário ainda é favorável a ela. A avaliação na campanha é de que Kassab cresceu menos do que poderia, se considerado o fato de ter a máquina pública e contar com o maior tempo no horário eleitoral.



Em resposta ao fortalecimento do prefeito, Marta parou de ignorar os sucessivos ataques do adversário e passou a responder publicamente às provocações. Por enquanto, a campanha petista permanece dividida na hora de avaliar o melhor adversário para um segundo turno. Alguns dizem que Kassab seria mais facilmente derrotado. Outros insistem que essa abordagem poderia se transformar em tiro no pé caso o prefeito continue crescendo.



Oficialmente, a campanha de Marta mantém o discurso de que não escolherá adversário. Mas aliados da petista reconhecem que o quadro está mais incerto do que no início da campanha. “Temos hoje um cenário totalmente indefinido. A única coisa certa é que a Marta estará no segundo turno”, disse Zarattini.


 


Da redação,
com agências